Nova variante do coronavírus, com grande número de mutações, é classificada por pesquisador como "horrível"

Os cientistas alertam que a nova variante do coronavírus, B.1.1.529, descoberta pela primeira vez em Botsuana e com casos de infecção confirmados na África do Sul, tem um “número extremamente alto” de mutações, o que pode levar a novas ondas de Covid-19. Até o momento foram registrados 77 casos na África do Sul. A nova variante também já foi detectada em outros países..Siga nosso Instagram com conteúdos exclusivos

Um pesquisador já classificou a nova variante como “horrível”, enquanto outro disse à reportagem da BBC que ela é a pior já vista. Em uma entrevista coletiva, o professor Tulio de Oliveira, diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, disse que foram localizadas 50 mutações no total — e mais de 30 na proteína spike (a “chave” que o vírus usa para entrar nas células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19). A nova variante causou grandes preocupações aos pesquisadores porque algumas das mutações podem ajudar o vírus a escapar à imunidade.

O virologista do Imperial College London Tom Peacock revelou vários detalhes da nova variante, afirmando que “a quantidade incrivelmente alta de mutações de pico sugere que isso pode ser uma preocupação real”. Na rede social Twitter, ele defendeu que “deve ser muito, muito, monitorado devido a esse perfil horrível de picos”, acrescentando que pode acabar por ser um “aglomerado estranho” que não é muito transmissível. “Espero que seja esse o caso”.

Veja os países que já registraram casos da nova variante:

  • África do Sul: 77 casos na Província de Gauteng;
  • Botsuana: 4 casos;
  • Hong Kong: 1 caso, relacionado a uma viagem à África do Sul;
  • Israel: 1 caso confirmado, de uma pessoa que viajou ao Malaui*, e mais 2 casos suspeitos.

Alguns países já estão restringindo voos e viajantes vindos de parte da África devido a nova variante. Aqui no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica nesta sexta-feira (27) recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e viajantes vindos de parte da África. Na nota a Anvisa lembra que essa nova variante parece ter maior transmissibilidade e provavelmente está ligada ao aumento contínuo de infecções por SARS-CoV-2 nos referidos países, cuja cobertura vacinal ainda encontra-se baixa, e que países como Itália, Alemanha e Reino Unido já começaram a adotar medidas de restrição de trânsito de viajantes provenientes das regiões onde a variante foi detecta.

“Considerando não haver, no momento, malha aérea com voos procedentes diretamente da África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue para o Brasil e visando o controle da disseminação de nova variante do SARS-CoV-2 identificada, a Anvisa recomenda a restrição de entrada de viajantes com essas procedências por qualquer meio de transporte (aéreo, rodoviário ou aquaviário), conforme descrito acima. Fica mantida a recomendação de suspensão de voos procedentes desse país, caso ocorra programação, durante o período de adoção das restrições abordadas nessa Nota Técnica. Até que as medidas restritivas sugeridas nesta Nota Técnica sejam implementadas, a Agência recomenda que seja reforçado o monitoramento, por parte das autoridades de saúde, de viajantes procedentes dos países citados, com desembarque no Brasil”, diz a nota da Anvisa.

Fonte: Agência Brasil, BBC, G1

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