O golpe está aí: cai quem quer


O crime de estelionato previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro tem feito cada vez mais vítimas em Campos e tem se informatizado na medida que cresce o uso de tecnologias na sociedade. A Polícia Civil é responsável por investigar o crime e afirma que o trabalho não é fácil, principalmente porque envolve vários criminosos que estão, muitas vezes, até, em estados diferentes. Os golpes estão ganhando cada vez mais aspectos de idoneidade, já que os bandidos utilizam nomes de empresas e bancos de credibilidade, mas com informações falsas. A polícia não tem dados sobre Campos, mas, segundo pesquisa de uma empresa de segurança da informação, em 2020 o Brasil foi o país mais atingido por tentativas de roubo de dados pessoais ou financeiros de pessoas na Internet.

O fotógrafo Carlos Grevi Correa foi uma vítima de golpe pela internet em Campos. Em meados de 2020 ele recebeu um pedido de empréstimo via aplicativo de mensagem instantânea. Grevi conta que o número de telefone de um amigo dele foi clonado. “Na mensagem, este meu amigo me pediu R$ 1.500 emprestado e disse que me pagaria no mesmo dia, assim que conseguisse sacar o valor na agência. Eu informei que só tinha R$ 500 e transferi. Minutos depois me encontrei com ele e perguntei sobre o dinheiro, foi quando me informou que não tinha feito o pedido e identificou que o número havia sido clonado”.

Segundo a polícia, os criminosos se valem da boa fé das pessoas. “O dinheiro estava separado para eu pagar minhas contas e só transferi para ele porque poderia esperar mais alguns dias para fazer os pagamentos. Eu também não desconfiei que poderia se tratar de um golpe”, conta Carlos.
A vítima entrou em contato com a polícia e fez um registro de ocorrência para investigação. “Como a transferência já tinha sido feita, fui informado de que o valor não seria restituído, mas informei todos os dados à polícia para rastrear a conta receptora do dinheiro e chegar aos criminosos. Se eu puder falar sobre o assunto, sempre me disponho para que outras pessoas se atentem para este crime que tem sido cada vez mais comum na Internet. No meu caso, o dinheiro fez uma grande falta. É importante que todos se certifiquem da veracidade do pedido de um empréstimo que não é feito de forma presencial”.

Polícia Civil

De acordo com a Polícia Civil, após a pandemia, o número de golpes pela Internet aumentou devido ao crescimento de pessoas fazendo transações pela online e trabalhando em casa, no modelo home office. “Não temos estatísticas oficiais, mas o registro de ocorrência pode ser feito pelas vítimas de forma presencial ou pela própria Internet. No entanto, por ser um crime de ação pública condicionada, necessita da representação da vítima, que deve também apresentar o máximo de detalhes, como documentação comprobatória que garante que a transferência foi realizada”, informou a Polícia Civil, por meio de nota.

Ainda segundo a polícia, é comum que este tipo de estelionato envolva mais vítimas. “Seja como o titular da conta que vai receber o dinheiro ou até mesmo da conta telefônica clonada. O estelionato é um crime que utiliza o engodo, ou seja, a vítima é enganada”, disse a corporação.

Prevenção

Segundo a Polícia Civil, a prevenção é simples, apesar do aumento de casos. “Basta não clicar em links suspeitos, não confiar em conversas de rede social, desconfiando de pessoas que se dizem conhecidas e pedem dinheiro. O ideal é ligar para o contato e confirmar a veracidade”, informou a polícia.

Dados nacionais

Segundo uma pesquisa da empresa de segurança da informação, Kaspersky, divulgada pela Agência Brasil, em 2020, o Brasil foi o país mais atingido por tentativas de roubo de dados pessoais ou financeiros de pessoas na Internet. O percentual de usuários brasileiros que tentou abrir pelo menos uma vez links enviados para roubar dados representa 19,9% dos internautas do país.

Os golpes foram aplicados por meio de links em mensagens ou sites falsos, que se passam por empreendimentos conhecidos, como grandes cadeias de varejo online e até bancos. Aplicativos de comunicação, especialmente o Whatsapp, tornaram-se os principais canais para aplicar esses golpes. Usuários receberam mensagens com promessas de prêmios com links que levavam a sites falsos destinados a roubar informações da vítima.

Fonte: Terceira Via

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