Análise: Ansiedade, um mal que prejudica a saúde e o futuro
Até algumas décadas atrás era comum ouvirmos a expressão “estar ansioso”. Tratava-se daquele sentimento de expectativa passageiro, e até gostoso, que antecedia uma festa, uma viagem ou um acontecimento importante.
Outras formas não tão prazerosas de ansiedade também sempre foram comuns, como aquela aceleração dos batimentos cardíacos por conta de uma prova, uma entrevista de emprego ou algo sério que, às vezes, chega a tirar o sono por uma ou duas noites. A “ansiedade boa” nos impulsiona, nos motiva e faz com que o nosso corpo se mantenha alerta para o que está por vir. É um mecanismo de luta ou fuga, que serve para nossa autoproteção.
Porém, o que se vê de uns anos para cá é um crescimento assustador de formas patológicas de ansiedade que se desdobram em uma série de transtornos. Em outras palavras: ansiedade virou doença. A expressão “estou ansioso” mudou para “sou ansioso”, indicando um estado permanente que prejudica a saúde, a qualidade de vida, os relacionamentos e as finanças de milhões de pessoas ao redor do mundo.
A ansiedade não se manifesta apenas na mente, mas também no corpo. No livro Cérebro Ansioso, o neurologista Dr. Leandro Teles descreve mudanças e sintomas físicos que a pessoa ansiosa apresenta, como tonturas, falta de ar e comprometimentos das funções intestinais, urinárias e sexuais. Além disso, ocorrem mudanças psíquicas, como medo, angústia, sensação de morte e também perda das funções cognitivas, resultando em respostas cerebrais mais lentas.
Conviver com adultos ansiosos pode ser aflitivo, mas ver crianças sofrendo desse mal é algo ainda pior. Afinal de contas, se desde a infância — a fase mais importante para a formação do caráter, do aprendizado e de toda a base vivencial — um indivíduo apresenta transtornos tão prejudiciais, como será sua vida adulta? Estudos mostram que crianças brasileiras são as mais ansiosas do mundo. Logo, o que será do futuro delas (e do país) se nada for feito para mudar essa triste realidade?
É preciso que a sociedade como um todo dê a devida atenção à questão, mas principalmente que pais e responsáveis assumam um posicionamento de luta — e não de fuga — contra esse mal e não creiam que se trata de algo normal. Mesmo com todos os avanços tecnológicos, ainda somos seres humanos e temos as mesmas necessidades básicas de sempre. E uma delas é ter paz de espírito para tomar as melhores decisões diante dos desafios que todos teremos de enfrentar.
Fonte: R7
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