Nova moda do Instagram facilita a ação de criminosos na internet
Além de amigos e familiares que estão interagindo com a
postagem, criminosos também podem estar aproveitando o momento para coletar
dados e elaborar golpes e até para tentar clonar ou invadir um perfil em alguma
plataforma digital.
Quando o usuário participa da corrente que
pede que ele publique a foto atual do WhatsApp, por exemplo, a imagem pode ser
copiada e armazenada por alguém com segundas intenções. Assim, fica mais fácil
clonar a conta de WhatsApp da pessoa e aplicar golpes pedindo transferências de
dinheiro, o conhecido golpe do Pix.
Tudo isso é parte da chamada "engenharia social", que
são técnicas para fazer com que a pessoa compartilhe, sem perceber, dados
pessoais. Ou seja, a vítima entrega aos criminosos informações que são usadas
para planejar um crime contra ela mesma.
Uma foto clássica de todo mundo que sai de férias é aquela com o
bilhete de embarque em mãos. Essa postagem mostra para os criminosos que a
pessoa vai viajar, qual empresa aérea emitiu a passagem, o destino, o horário
do voo e o assento no avião. Com todas essas informações, os criminosos
conseguem criar um e-mail pedindo dados cadastrais ou até a cobrança de uma
taxa, por exemplo. Nesse caso, não foi necessário invadir o celular da vítima
ou instalar algo no aparelho, bastou ter acesso a um post nas redes sociais.
Cuidados nas redes
Para o especialista
em tecnologia e professor da FGV-RJ, Arthur Igreja, os usuários precisam tomar
cuidado no momento de compartilhar informações pessoais, especialmente se
tiverem um perfil público nas redes sociais.
"Falta uma certa malícia para as pessoas entenderem que a
internet não é um ambiente absolutamente inocente. Essas correntes vêm
embaladas em gamificação, em diversão, aí acontece um golpe e a pessoa fica
chocada. Acho que falta um certo cuidado, um pouco de autoproteção",
afirma o especialista.
Para Igreja, o ideal é que o usuário reflita um pouco antes de
compartilhar suas informações, especialmente em perfis abertos. "Imagina
se eu participo de uma dessas correntes e compartilho algo pessoal meu. Daqui a
dois meses alguém clona a minha conta e usa o que eu compartilhei pra fingir
intimidade e pedir um depósito por Pix, por exemplo. Eu nem vou saber de onde
veio", alerta.
Ao mesmo tempo, o especialista explica que é possível que a
pessoa se proteja sem deixar de aproveitar as redes sociais. Um bom exemplo são
as correntes de Instagram. Em vez de compartilhar as informações com o perfil
aberto, o usuário pode criar um grupo de "close friends" e dividir
esse conteúdo apenas com quem seja de confiança.
"Ficar neurótico com tudo não resolve nada, não precisa
apagar a rede social, não precisa ter desespero, mas tem que ter cuidado, ficar
esperto. Assim como as pessoas não andam na rua com o celular e a carteira na
mão porque acham que algo pode acontecer, na internet é a mesma coisa: tem que
andar com cuidado", finaliza.
Fonte: R7
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