Morte de atleta acende alerta de perigo na BR 356 para ciclistas
Ricardo foi atingido por uma carreta bitrem na altura do trevo de Caetá, que liga a BR 356 e a RJ 240, estrada que dá acesso ao Porto do Açu, em SJB, na última quinta-feira (07). Ele voltava de Grussaí para Campos, de bicicleta, acompanhado do ciclista André da Silva. Testemunhas contaram que a carreta teria ido para o acostamento, ao passar por um dos quebra-molas na altura do trevo de Caetá. O condutor da carreta parou para prestar atendimento.
Amigo de Rodrigo, André Silva lamentou a morte do amigo. Os dois estavam juntos no momento do acidente. “Eu caí na frente da carreta, e ele, na parte de trás. Felizmente, consegui me soltar. Mas ele, não. Estou muito triste e abalado com tudo isso que aconteceu com Ricardo Grosse. Ainda estou buscando entender como isso aconteceu com ele e comigo também. É inexplicável o que aconteceu”, conta.
Ex-presidente da Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (Fecierj), o ciclista Rodrigo Rocha destacou que o tráfego de veículos pesados na rodovia entre Campos e SJB aumentou com o advento do Porto do Açu. Porém, ele lembra, ainda, que muitas vezes o problema é de falta de respeito dos condutores de veículos. “Eles passam muito próximos aos ciclistas. Tem uma distância mínima que é estabelecida pelo Código de Trânsito Brasileiro, que é de 1,5 metro, e o pessoal não respeita. Pode até o ciclista estar ali perto da pista de rolagem do carro, mas não custa nada chegar um pouquinho para o lado. Só que o carro às vezes faz questão de passar rente”, relatou.
Rocha ainda cobrou sinalização, sobretudo no trecho de Barcelos, que não tem acostamento, além de quebra-molas e redutores de velocidade.
O Porto do Açu, apontado como responsável pelo aumento do tráfego na BR 356, informou “que atua de maneira preventiva e educativa por meio de campanhas de conscientização, que chegam a sensibilizar 8 mil pessoas por ano nos acessos e no entorno do empreendimento”. Em nota, o Porto lembrou, ainda, que o Governo do Estado “anunciou as obras para acessos rodoviários qualificados ao Porto do Açu. Como parte do acordo de cooperação técnica firmado entre o Porto do Açu e o Departamento Estadual de Estradas e Rodagem (DER), foram entregues em janeiro de 2022 os estudos técnicos de engenharia necessários para a licitação das obras”. O DER não respondeu sobre o andamento da licitação da RJ 244, que ligará a BR 101 ao Porto.
Sobre a situação, o Dnit divulgou a seguinte nota: "O Dnit lamenta a morte do atleta de ciclismo. O local onde ocorreu o acidente é trecho duplicado, com acostamentos, sinalização, redutores físicos de velocidade ('quebra-molas'). Em relação à iluminação nos segmentos urbanos e interseções, compete às prefeituras a implantação e manutenção. O tráfego de veículos pesados que demandam o Porto do Açu é uma realidade atual e crescente na BR 356/RJ e a adequação dessa via a essa nova situação vem sendo analisada pelo Dnit, já havendo estudos que preveem a duplicação e melhorias do segmento Campos – São João da Barra. No segmento de Barcelos, a rodovia atravessa segmento urbano, mas no estudo de melhorias do trecho está prevista a implantação do contorno dessa localidade".
Fonte: Folha 1
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