Alzheimer: novo exame que detecta a doença através de amostra do sangue chega ao Brasil
O exame utiliza uma tecnologia chamada espectrometria de massas, que envolve uma máquina para identificar moléculas específicas em uma determinada amostra. Assim, a novidade procura, no sangue do paciente, por dois tipos da proteína beta-amiloide: a 40 e a 42. Isso porque as placas formadas por esses compostos no cérebro são alguns dos principais biomarcadores do Alzheimer, junto àquelas compostas pela proteína TAU. Ambas já foram ligadas, em estudos anteriores, ao estímulo de uma via neuronal chamada C/EBPβ/AEP, que, por sua vez, impulsiona o surgimento de doenças neurodegenerativas.
O teste, no entanto, não é capaz de indicar sozinho o diagnóstico da doença, que ainda é majoritariamente feito a partir do quadro clínico do paciente. Isso porque os biomarcadores não são o único fator que define a presença do distúrbio. Porém, ele contribui durante o processo, especialmente nos casos em que o médico está em dúvida sobre a situação do paciente.
Além disso, o exame funciona como uma alternativa a métodos mais invasivos e caros que são utilizados hoje para a mesma finalidade. Um deles é a punção lombar (inserção de uma agulha entre duas vértebras da região lombar) para coletar uma amostra do líquor, também chamado de líquido cefalorraquiano (LCR). O LCR é uma substância presente no cérebro e na medula espinhal que protege as estruturas do sistema nervoso, e nela é possível identificar a presença das proteínas beta-amiloide.
“A Dasa tem como princípio a busca contínua por técnicas de coletas inovadoras e não invasivas que garantam mais comodidade às pessoas e contribuam para uma medicina preditiva, preventiva e personalizada. Dados do Ministério da Saúde de 2020 apontam que cerca de 1,2 milhão de brasileiros tenham Alzheimer, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. E sabemos que o diagnóstico precoce possibilita desacelerar a progressão da doença e garante mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família”, afirma o diretor médico da rede Dasa, Gustavo Campana, em comunicado.
Um estudo epidemiológico de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de Queensland, na Austrália, publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia em 2021, mostrou que, até 2050, os casos de Alzheimer podem quadruplicar na população brasileira caso medidas de saúde não sejam adotadas.
Além disso, no último ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta em que afirmou que o mundo está falhando no combate à demência — que tem como uma das principais causas a doença de Alzheimer — e destacou que o diagnóstico pode alcançar 139 milhões de pessoas em 2050.
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Fonte: Extra
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