Casos de dengue no país aumentam 113,7% nos quatro primeiros meses
A doença,
causada por um vírus, é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os
principais sintomas são febre alta, erupções cutâneas e dores musculares e nas
articulações. Nas formas mais graves, a dengue pode causar hemorragia interna
em órgãos e tecidos, e levar à morte.
A Região
Centro-Oeste apresentou a maior taxa de incidência de dengue, com 920,4 casos
por 100 mil habitantes, seguida das regiões Sul (427,2 casos/100 mil
habitantes), Sudeste (188,3 casos/100 mil habitantes), Norte (154 casos/100 mil
habitantes) e Nordeste (105 casos/100 mil habitantes). O estado de Goiás tem
sido um dos mais afetados, liderando a incidência da doença no país, com 1.366
casos para cada 100 mil habitantes.
Os
municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis de dengue
até 23 de abril respectiva semana foram Goiânia/GO, com 31.189 casos (2.004,9
casos/100 mil habitantes), Brasília, com 29.928 casos (967,2/100 mil
habitantes), Palmas, com 9.080 casos (2.897,7 casos/100 mil habitantes), São
José do Rio Preto (SP), com 7.466 casos (1.591,3 casos/100 mil habitantes) e
Votuporanga (SP), com 6.836 casos (7.113/100 mil habitantes).
Desde o
início do ano, já foram confirmados 160 óbitos por dengue no país, sendo 147
por critério laboratorial e outros 13 por análise clínica. Os estados com mais
registro de mortes pela doença até agora são: São Paulo (56), Goiás (19), Santa
Catarina (19) e Bahia (16). Outros 228 óbitos ainda estão em investigação.
Até o dia 23
de abril, foram notificados 378 casos de dengue grave (DG) e 4.741 casos de
dengue com sinais de alarme (DSA). Outros 368 casos de dengue grave e dengue
com sinais de alarme seguem em investigação.
Chikungunya
Em relação à febre chikungunya, o Ministério da Saúde informou que, até o
último dia 23 de abril, foram registrados 47.281 casos prováveis, uma taxa de
incidência de 22,2 casos por 100 mil habitantes no país. Esses números
correspondem a um aumento de 40% dos casos em relação ao mesmo período do ano
passado.
A região
Nordeste foi a que apresentou a maior incidência, com 65,9 casos por 100 mil
habitantes, seguida das regiões Centro-Oeste (15,6 casos/100 mil habitantes) e
Norte (8,4 casos/100 mil habitantes).
Os
municípios que apresentaram os maiores registros de casos prováveis de
chikungunya até abril foram: Juazeiro do Norte (CE), com 3.539 casos (1.271,8
casos/100 mil habitantes); Crato (CE), com 2.068 casos (1.544,3 casos/100 mil
habitantes); Salgueiro (PE), com 1.883 casos (3.058,8 casos/100 mil
habitantes); Brumado (BA), com 1.744 casos (2.584,9 casos/100 mil habitantes) e
Fortaleza, com 1.563 casos (57,8 casos/100 mil habitantes).
Desde o
início do ano, a chikungunya foi a causa de morte de oito pessoas no país,
sendo seis apenas no Ceará. Maranhão e Mato Grosso do Sul foram os dois outros
registros. No entanto, ao menos 12 óbitos seguem em investigação nos estados do
Ceará, Bahia, São Paulo, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso e Goiás.
A
chikungunya também é uma infecção viral, como a dengue, e que pode ser
transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, os mesmos insetos
que transmitem a dengue e a febre amarela, respectivamente. Os sintomas podem
incluir febre, dor nas articulações, dor muscular, dor de cabeça, dor nos
olhos, dor na garganta e fadiga. Em mais de 50% dos casos, a dor nas
articulações (artralgia) torna-se crônica, podendo persistir por anos.
Zika
O Ministério da Saúde também atualizou o balanço dos casos de zika no país, com
2.118 casos prováveis até o dia 14 de abril. A taxa de incidência ficou em 0,99
caso por 100 mil habitantes no país. Em relação a 2021, os dados representam um
aumento de 53,9% no número de casos. Até a semana analisada, não foi notificado
nenhum óbito causado por zika no Brasil.
Também
transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti, o vírus da zika foi
identificado pela primeira vez no Brasil em 2015 e tem essa denominação por ter
sido descoberto na floresta Zika, em Uganda, na África. Segundo as o Ministério
da Saúde, cerca de 80% das pessoas infectadas pelo vírus Zika não desenvolvem
manifestações clínicas. Os principais sintomas são dor de cabeça, febre baixa,
dores leves nas articulações, manchas vermelhas na pele, coceira e vermelhidão
nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são inchaço no corpo, dor de
garganta, tosse e vômitos. Em geral, a evolução da doença é benigna e os
sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias.
Febre
amarela
Entre julho de 2021 até meados de abril de 2022, o Ministério da Saúde
registrou 1.093 epizootias suspeitas de febre amarela, dos quais 25 (2,3%)
foram confirmadas por critério laboratorial. As epizootias são as mortes de
animais não humanos em decorrência da doença e podem indicar a presença do
vírus em uma determinada região e, com isso, o risco de contaminação de
humanos. Os macacos, de diferentes espécies, são os principais hospedeiros do
vírus da febre amarela. No mesmo período, foram notificados 485 casos humanos
suspeitos de febre amarela, dos quais 4 (0,8%) foram confirmados.
A
transmissão do vírus entre primatas não humanos (PNH) foi registrada no Pará,
Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sinalizando a circulação
ativa do vírus nesses estados e o aumento do risco de transmissão às populações
humanas durante o período sazonal, que vai de dezembro a maio. Os casos humanos
confirmados tiveram local provável de infecção no Pará (municípios de Afuá e
Oeiras do Pará) e em Tocantins (município de São Salvador do Tocantins).
A febre
amarela é uma doença viral transmitida por diferentes espécies de mosquitos
infectados. Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares com dor lombar
proeminente, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito. Na maioria dos
casos, os sintomas desaparecem depois de 3 ou 4 dias. De acordo com a
Organização Panamericana de Saúde (Opas), de 15% a 25% dos pacientes entram em
uma segunda fase mais grave, na qual o risco de morte é maior e as pessoas
podem ficar com a pele e os olhos amarelados, sangramentos, urina escura
(problemas renais), além de dores abdominais com vômitos.
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Fonte:
Agência Brasil
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