Ansiedade climática: o que é e como lidar com esse sentimento


Um incêndio florestal, uma geleira enorme se despedaçando ou lugares sofrendo com calor ou frio extremos são situações que aparecem com certa frequência no feed de notícias nas redes sociais.


Os lembretes acentuados sobre os efeitos das mudanças climáticas para o mundo são cada vez mais constantes e podem provocar um estresse adicional à vida das pessoas. Mas o quão isso é preocupante e pode afetar a qualidade de vida? Um artigo da Harvard Health Publishing ajudou a responder algumas das principais perguntas sobre o assunto:

O que é ansiedade climática?

A ansiedade climática – ou ecológica – está relacionada a preocupações com os efeitos das mudanças climáticas. Apesar de não ser considerada um transtorno mental, ela é uma ansiedade enraizada na incerteza sobre o futuro e um alerta para os perigos potenciais de uma alteração do clima.
A mudança climática é uma ameaça real e, portanto, é normal experimentar preocupação e medo sobre as consequências. A ansiedade sobre o clima é frequentemente acompanhada de sentimentos de tristeza, raiva, culpa e vergonha que, por sua vez, podem afetar o humor, o comportamento e o pensamento.

Uma pessoa que sofre com a ansiedade climática pode se sentir culpada por utilizar um carro para percorrer uma distância curta , por exemplo, ou lutar para parar de se preocupar em excesso sobre como suas ações afetarão as gerações futuras.

Quão comum é a ansiedade climática?

De acordo com uma pesquisa da American Psychological Association, mais de dois terços dos estadunidenses experimentam alguma ansiedade climática. Além disso, um estudo publicado pelo The Lancetdescobriu que 84% das crianças e adultos jovens de 16 a 25 anos estão pelo menos moderadamente preocupados com as mudanças climáticas e 59% estão muito ou extremamente preocupados.

Isso faz sentido, pois crianças e jovens adultos sofrem desproporcionalmente as consequências das mudanças ambientais. Um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) de 2021 estima que um bilhão de crianças estarão em "risco extremamente alto" como resultado das mudanças climáticas.

Crianças e jovens também são particularmente mais vulneráveis aos efeitos do estresse crônico - e a ansiedade climática pode aumentar o risco de desenvolver depressão, ansiedade e transtornos de uso de substâncias.

Como isso afeta a saúde mental?

Além das preocupações e temores sobre o futuro, a questão das mudanças climáticas pode afetar diretamente a saúde mental (como por desastres naturais ou calor) e indiretamente (através do deslocamento, migração e insegurança alimentar).

O aumento das temperaturas tem sido associado ao aumento das consultas de emergência por razões psiquiátricas, podendo prejudicar o desenvolvimento cognitivo em crianças e adolescentes. Além disso, a insegurança alimentar está associada à depressão, à ansiedade e a problemas comportamentais.

Como lidar melhor com a ansiedade climática?

Como a incerteza e a perda de controle caracterizam a ansiedade climática, o melhor tratamento é agir. Em um nível individual, o ideal é compartilhar as preocupações e medos com amigos confiáveis, um terapeuta ou se juntar a um grupo de apoio.

Outra opção é fazer mudanças no estilo de vida, o que pode incluir utilizar produtos que agridam menos o meio ambiente, bem como aumentar a conscientização da população sobre as mudanças climáticas, juntando-se com organizações que compartilhem dos mesmos valores.
Como ajudar os mais jovens?

A ansiedade climática afeta desproporcionalmente crianças e jovens. Para ajudá-los a lidarem melhor com esse sentimento, existem alguns caminhos:

Valide suas preocupações. "Eu ouço você e faz sentido que você esteja preocupado (ou com raiva) com essa questão.";

Ajude a direcionar seus esforços e passe um tempo juntos pesquisando organizações com as quais possam se envolver;

Conheça os passos que ambos podem tomar para minimizar seu impacto no meio ambiente;

Apoie as decisões do outro para fazer mudanças em seu estilo de vida, especialmente mudanças que podem ser vistas em casa;

Passe um tempo na natureza com sua família ou considere plantar flores ou árvores.

Fonte: Dr. Jairo Bouer

 

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