Como os alimentos ultraprocessados afetam a saúde das crianças?


Um novo estudo descobriu que crianças de três a cinco anos que consumiam mais alimentos ultraprocessados tinham habilidades locomotoras mais pobres do que as que ingeriam menos desses alimentos. Os resultados também mostraram uma aptidão cardiovascular menor entre os jovens de 12 a 15 anos que comiam mais alimentos ultraprocessados.


Segundo os pesquisadores, comportamentos relativos à alimentação saudável são estabelecidos ainda durante a infância e, por isso, é importante educar as famílias sobre formas de reduzirem o consumo de alimentos ultraprocessados.

O que são ultraprocessados?

Alimentos ultraprocessados são itens prontos para comer ou prontos para aquecer, ricos em açúcar, sódio, além de baixos níveis de fibras, proteínas, vitaminas e minerais. Eles normalmente contêm açúcares adicionados, óleos hidrogenados e melhoradores de sabor.

Alguns exemplos incluem petiscos e doces embalados, cereais de café da manhã açucarados, biscoitos, salgadinhos e embutidos. Quando consumidos em excesso, esses alimentos estão ligados a diversos problemas de saúde, como diabetes, obesidade e outras condições médicas graves, como certos tipos de câncer.

No caso desta pesquisa, os produtos classificados como ultraprocessados eram: lanches embalados, cereais de café da manhã, doces, refrigerantes, sucos adoçados, iogurtes, sopas enlatadas e alimentos preparados, como pizza, cachorro-quente, hambúrgueres e nuggets de frango.

Mais calorias e menos saúde

Para analisar melhor a ligação entre aptidão física e alimentos ultraprocessados durante várias etapas da infância, os autores utilizaram dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição (NHANES). Participaram do estudo 1.500 crianças estadunidenses de três a 15 anos.

Com objetivo de examinar as crianças com cinco anos ou menos, os pesquisadores utilizaram o desenvolvimento locomotor como medida de aptidão física. Os achados revelaram que aqueles com menores escores consumiram 273 calorias a mais por dia de alimentos ultraprocessados do que os pequenos com pontuações mais elevadas.

Já o condicionamento cardiovascular foi utilizado como medida de aptidão física nas crianças mais velhas. O estudo mostrou que adolescentes e pré-adolescentes com bom condicionamento cardiovascular consumiram 226 calorias a menos diariamente de alimentos ultraprocessados do que os que não tinham condicionamento cardiovascular saudável.

A equipe explicou ainda que embora os alimentos ultraprocessados sejam mais fáceis e práticos, as descobertas do estudo mostram a importância de preparar lanches e refeições saudáveis.

Segundo eles, é uma forma de economizar na velhice, já que tomar decisões positivas para a saúde na infância é capaz de influenciar o gasto com cuidados na vida adulta e na velhice.


Fonte: Dr. Jairo Bouer

 

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