Produtos para alisar cabelo aumentam risco de câncer de útero


Cientistas norte-americanos descobriram que o risco de casos de câncer no útero era maior em mulheres que usavam produtos químicos para o alisamento do cabelo. No momento, ainda não se sabe qual composto das fórmulas é o responsável pela probabilidade aumentada e mais pesquisas ainda são necessárias.

Publicado na revista científica Journal of the National Cancer Institute, o estudo que revelou a relação entre o uso deste tipo de produto para o cabelo e o câncer foi desenvolvido por pesquisadores do National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos. "Estas descobertas são a primeira evidência epidemiológica da associação entre o uso de produtos de alisamento e o câncer uterino", afirmam os cientistas no artigo.

Por outro lado, a equipe de pesquisadores não identificou outros produtos para o cabelo associados ao risco de câncer no útero. Neste ponto, tinturas, descolorantes e produtos para luzes parecem ser mais seguros.

No estudo, os pesquisadores usaram dados sobre saúde e hábitos capilares de 33,9 mil mulheres, coletados por quase 11 anos. Durante o período, a equipe confirmou a identificação de 378 casos de câncer uterino.

"Estimamos que 1,64% das mulheres que nunca usaram produtos para alisar o cabelo desenvolveriam câncer uterino aos 70 anos. Para usuários frequentes [de produtos que alisam o cabelo], esse risco sobe para 4,05%", explica Alexandra White, principal autora do estudo e pesquisadora do NIH, em comunicado.

"Essa taxa dobrada é preocupante. No entanto, é importante contextualizar essas informações — o câncer uterino é um tipo relativamente raro de câncer", acrescenta White.
Por que há maior risco de câncer de útero?

"Os produtos capilares podem conter substâncias químicas perigosas com propriedades cancerígenas e desreguladoras do sistema endócrino", explicam os pesquisadores. "Estudos anteriores descobriram que o uso de produtos capilares está associado a um risco maior de cânceres sensíveis a hormônios, incluindo câncer de mama e ovário", comentam. Agora, observaram esta relação também no caso do câncer uterino.

No entanto, a equipe ainda não consegue confirmar quais produtos químicos específicos em produtos capilares podem explicar os efeitos cancerígenos associados. As principais suspeitas envolvem o uso de parabenos, ftalatos e formaldeídos.

Fonte: Journal of the National Cancer Institute e NIH      


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