Rivalidade entre França e Marrocos extrapola o gramado e reflete relacionamento complexo entre os dois países


A tensão entre França e Marrocos na disputa pela vaga na final da Copa do Mundo extrapola o gramado do estádio Al-Bayt e reflete também a complexa relação entre os dois países. No campo diplomático, o clima é de frieza, contaminado pela redução dos vistos franceses aos marroquinos e por um escândalo de espionagem a cidadãos franceses, entre eles o presidente Emmanuel Macron.

Neste contexto, dá para imaginar qual será a recepção à chanceler francesa, Catherine Colonna, que desembarca em Rabat justamente no dia seguinte à semifinal. Independentemente do placar, ela tentará preparar, com seu homólogo marroquino, uma visita de Macron ao país no próximo ano. Prevista para outubro passado, a viagem presidencial foi adiada pelas desavenças, que levaram também à retirada dos embaixadores em ambos os países.

Há mais de um ano, a França reduziu drasticamente o número de vistos concedidos aos países do Norte da África, entre os quais o Marrocos, que relutavam em readmitir os imigrantes em situação irregular no país. A decisão dificultou o tráfego de turistas e a visita a familiares, deflagrando rapidamente o ressentimento entre os cidadãos destes países e a potência europeia.

No caso do Marrocos, o mal-estar francês foi agravado pelo caso Pegasus, o software de espionagem desenvolvido pela empresa israelense NSO. Um consórcio de mídia internacional revelou que os telefones de Macron, do ex-premiê Edouard Philippe e de 14 membros do governo francês figuravam na lista de mais de mil números selecionados por um serviço de segurança do governo marroquino.

Embora o relacionamento bilateral tenha azedado, a França ainda é o principal parceiro do Marrocos, como credor e investidor. Atualmente comandado por Mohammed VI, parte do reino esteve sob o protetorado francês de 1912 a 1956, quando obteve a independência, de forma amigável, sem o trauma registrado na vizinha Argélia.

A épica trajetória da seleção marroquina na Copa do Mundo contagiou rapidamente a diáspora na França, estimada em 1,5 milhão de imigrantes e seus descendentes. Trata-se da segunda comunidade mais importante no país, atrás somente da argelina. As rivalidades se somam ao estigma das gerações mais jovens e explicam por que o coração desses torcedores bate mais forte pelo Marrocos.

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Fonte: G1

                                  

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