REFLEXÕES SOBRE A PEDAGOGIA DO MESTRE

Por sabermos que a educação, em determinada circunstância, é tarefa da escola, mas que todos, em nossas mais diversas relações, somos educadores em geral, sejam pais, filhos, amigos, irmãos, colegas de trabalho e outros, é pertinente perguntar: Com que referência pedagógica educamos? Que modelo tomamos para nossas ações, se elas são educativas o tempo inteiro, mesmo quando o que transmitimos nem sempre é o mais adequado àquele que recebe?
            Não tenho dúvida que, se procurarmos conhecer a pedagogia de Jesus, teremos asseguradas nossas chances de êxito.  E de onde vem essa certeza?  De ter ouvido dizer?  De ser apregoado por algum líder religioso ou alguma doutrina em particular?  Não.  Jesus é tomado como modelo para nós porque a ação educadora de Jesus se dava na vida cotidiana, sobretudo pela sua coerência e pela suavidade com que passava seus ensinamentos.   Suavidade acompanhada de autoridade.  Jesus não se impõe, todavia revela-se; atrai para si pelo processo de libertação que seus gestos e palavras inspiram.  “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.” 
            Para educar é preciso tocar, mexer com o espírito humano e isso envolve valorizar o outro, sua linguagem, sua cultura e tratar o outro como criatura única e que deve ser educado como ser especial que é.   Jesus dava exemplos, não só teóricos, mas de vida prática. É impossível querer que nossos filhos ou alunos sejam aquilo que não ensinamos. Se queremos que eles sejam honestos e verdadeiros, a verdade deve prevalecer em nossas atitudes. Se queremos que eles tenham compromisso, devemos ser firmes e constantes em nossas decisões. Se queremos que eles estabeleçam relações sólidas e estáveis, devemos ser maduros e comprometidos em nossas relações que servirão de modelos a eles.  Todos sabemos que “as palavras movem, os exemplos arrastam”.
            Em Lucas 24:15, Jesus caminhava com seus discípulos “E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles.”  Aqui está a chave da verdadeira educação: ir com. A questão não é dizer como ir, ou ensinar aonde ir. Num mundo atribulado de transição em que vivemos, só existe uma fórmula infalível para que nossos filhos e nossos alunos não se percam: uma educação centrada nos princípios de Jesus, com fundamento em Sua palavra.
            Destaco aqui uma passagem da vida de Jesus para aprofundarmos nossa reflexão.  No cap.10 de Marcos, versículos 13-16, Jesus seguia pela região da Judeia e Transjordânia e, como de costume, uma multidão o seguia e Ele ensinava a todos pelo caminho.  De volta para casa, muitos para lá acorreram, alguns trazendo crianças para que Jesus as tocasse.  Os discípulos repreendiam essas pessoas, a fim de que não incomodassem Jesus.  Jesus, no entanto, aborreceu-se e lhes disse: “Deixai vir a mim as crianças e não as impeçais, pois o reino de Deus é daqueles que são como elas. Eu vos asseguro: Quem não receber o reino de Deus como uma criança, jamais nele entrará”.
            Com essas palavras, Jesus toma para si não somente as crianças, mas todos os que, embora vivam infortúnios, têm confiança e esperança.  Nestas palavras, Jesus considera a pureza do coração inseparável da simplicidade e da humildade e exclui todo pensamento de orgulho, egoísmo e vaidade.  Jesus nos deixou como lição também a cooperação fraternal como norma imprescindível de crescimento.  Que nenhum de nós tenha a pretensão de elevar-se, conquistar degraus mais elevados, sem o auxílio de outros.  Os que aprendem alguma coisa sempre se valem dos homens que já passaram.  Os apóstolos necessitaram do Cristo que, por sua vez, fez questão de prender os ensinamentos, de que era divino emissário, às antigas leis.  Ou seja, ninguém aprende sozinho.  Sendo assim, se nossa crença é na educação para o bem, temos que ser defensores intransigentes da solidariedade, do amparo proveitoso, do concurso edificante em nossas relações educativas, seja como profissionais da educação ou como criaturas dotadas da condição de seres relacionais e que, portanto, o tempo todo educamos e somos educados.
            “Deixai vir a mim as crianças, pois tenho o alimento que fortalece os fracos.  Deixai vir a mim todos os que, tímidos e deficientes, necessitam de amparo e consolação.  Deixar vir a mim os ignorantes, para que os mostre a luz do conhecimento que edifica e transforma.  Deixai vir a mim todos os que sofrem, a multidão de aflitos e afortunados: eu lhes ensinarei o grande remédio que suaviza os males e  lhes revelarei o segredo para a cura de suas feridas, o bálsamo soberano que se aplica a todos os corações, cicatrizando suas chagas: o amor, a caridade”.
colaboração
-Maria Virginia Claudino:Professora de Matemática e ciências;escritora/poeta e amante das coisas simples.

2 comentários

Anônimo disse...

Caro amigo, não existe maior mestre que o Messias, afinal de contas foi enviado pelo Pai Criador para ensinar, mostrar "o caminho" e como se não bastasse Ele se fez caminho para chegarmos até a morada definitiva e feliz eternamente.Disse ainda em outra ocasião, JO 10,14-16 que é o Bom Pastor, que dá a vida pelas ovelhas, que além das ovelhas que são suas, existem outras, de outro curral, que também a estas Ele deve conduzir e nos deu a garantia que haverá um só rebanho e um só Pastor. Pensando nisso, espelhar nesse Mestre e Pastor deve ser nossa missão, embora limitados que somos em nossas ações, mas se conseguirmos sermos exemplos através de nossas atitudes, já é um grande passo, afinal somos alvos de observação constante.Prof.CIRÁBIO RAMOS

BLOG DO CARLOS JORGE disse...

Amigo professor,prazer poder dialogar em torno de temas tão importantes para as nossas vidas.Ouvi em algum lugar em um determinado tempo que; ao trocarmos um determinado objeto com alguém,por um outro objeto;cada pessoa fica com um objeto;mas ao trocar-mos idéias acumulamos as nossas e as do outro;portanto,este é um epaço para a troca de idéias e acumulo de experiências.Tenha em nosso "recém nascido" blog,o espaço que necessitar.Abraços pedagógico pra você e familia.