Homenagem a Ruth Maria Chaves Martins

 Nasceu em Belém do Pará, 1934. Formada em Letras Neo-latinas, atua no magistério campista desde os anos 60, quando passou a residir em Campos, trabalhando no ISEPAM (Instituto Superior de Educação Muylaert), IFF (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense), Faculdade de Filosofia de Campos (FAFIC), Faculdade de Direito de Campos (FDC), UENF. Inúmeras gerações de alunos que passaram – ou agora estão – nessas instituições de ensino tiveram (ou têm) o raro privilégio de conviver e aprender com a grande mestra. Hospitalizada desde o último sábado (02/07/2011), mais uma vez seu extremo zelo com a profissão, aliado à sua imensa capacidade de se colocar no lugar do outro faz com que, mesmo estando na UTI, chame uma colega para entregar a turma, não sem antes informar-lhe todos os detalhes sobre as turmas e o que deveria ser trabalhado com cada uma delas.

A notícia de sua internação originou uma corrente de manifestações de alunos, ex-alunos, colegas e admiradores de seu trabalho, sua generosidade e compromisso moral. Pela internet têm circulado inúmeros e-mails que têm se juntado numa grande onda de admiração e reconhecimento pela grande mulher, mãe e educadora cristã.

Heloísa Crespo, educadora e poeta, membro das Academias de Letras de Campos dos Goytacazes, autora de uma dessas comoventes e gratas manifestações, assim se pronunciou:

Eu tive a sorte e a felicidade de ser aluna da incomparável professora Ruth Maria Chaves Martins, a Dona Ruth, chamada assim de 'dona', porque era o correto na época, mas era cheio de admiração, carinho e amor. Fico emocionada e digito com os olhos marejados de pesar por saber que ela está hospitalizada e necessitando de cuidados especiais (hemodiálise). No entanto, as lágrimas que teimam em cair traduzem também a ternura, o agradecimento por ter desfrutado dos seus ensinamentos e, automaticamente, ter vivido um tempo da minha vida tão próximo dela, recebendo um grande incentivo para que eu escrevesse, escrevesse e continuasse a escrever. Conclusão, ela é a 'culpada' dos trabalhos literários que ouso fazer. Tive a alegria de chamá-la de 'culpada', pessoalmente, quando esteve na Academia Campista de Letras, em maio de 2008, fazendo uma palestra, intitulada ”O bruxo do Cosme Velho” e eu, vaidosamente, como secretária do evento, registrava o que ela dizia. Eu não conseguia, na verdade, escrever tudo, porque estava tomada de encantamento por estar ali, ao seu lado, ouvindo aquela voz ondulada falar sobre Machado de Assis, ressaltando que ele fora uma das suas primeiras paixões literárias. Em alguns momentos ela leu trechos da obra de Machado e por fim, brilhantemente, recitou o poema feito por ele, dedicado a Carolina, após a sua morte.

Não é por acaso que o seu nome, Ruth, significa 'que tem beleza plena'.

Contribuição da internauta;Heloisa Crespo.