O QUE É CULTURA?SÓ OS "LETRADOS" POSSUEM?
Em meu curso de PEDAGOGIA pela UNIRIO(Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro)participo da Disciplina de Seminários III,oportunidade que tenho para interagir com todos os colegas dos diversos pólos que fazem parte do consórcio CEDERJ.Em Minha 4ª participação com o tema "Cultura local: vozes locais e novos poderes",confeccionei um artigo baseado nas inúmeras fontes de pesquisa sugerido pela nossa coordenação e gostaria de compartilhar com os meus amigos internautas.Espero que gostem,reflitam e participem com as suas opiniões.Abraços culturais e virtuais a todos.
Artigo:
Diante das inúmeras fontes de pesquisa sugerida em nosso fórum, tive o prazer de pesquisar boa parte delas e constatar a importância das mesmas para que possamos visualizar com mais clareza e riqueza de detalhes questões que envolvam a cultura e suas inúmeras definições.
Percebo que os muitos “estudiosos” de plantão têm distorcido o tema partindo de um princípio e sentimento capitalista, de acordo com as regras do “bom comportamento” que são definidas por uma sociedade cada vez mais excludente.
Busquei em meu já-surrado dicionário a definição de CULTURA e nele encontrei 6 distintas conclusões sendo a citada. Cito em seguida a que mais se aproxima do nosso debate: “Amor ao saber; esforço contínuo para desenvolver a educação e proteger os que sobressaem pela inteligência” (Dicionário Essencial da Língua Portuguesa, pag. 276; Sacconi, Antonio Luiz, 2001).Quanto preconceito em tão poucas palavras! Proteger quem sobressai pela inteligência... Qual é a definição de inteligência para classificar se a pessoa tem ou não cultura? Somente são merecedores da “proteção” da cultura os que sobressaem pela inteligência? Os que não sobressaem estão entregues à própria sorte? São definições distorcidas como esta que eu mencionei no parágrafo anterior ao me referir ao comportamento excludente em que se apresenta a sociedade.
Pesquisando o Artigo do Professor Tião Rocha “Cultura: Matéria-prima de Educação e de desenvolvimento”, tive a oportunidade de me deparar com conteúdo riquíssimo, em que o autor aborda com sabedoria a questão cultural de nosso País. A partir de um trabalho antropológico desenvolvido pelo autor, este percebeu 7 indicadores sociais que podem ser objeto de análise e pesquisa sobre cultura. Tião Rocha afirma que: “...Podemos encontrar estes indicadores sociais tanto entre os grupos ágrafos quanto entre os povos “civilizados”...(Cultura:Matéria prima de Educação e de desenvolvimento, pag.03). A partir deste entendimento, sendo encontrados elementos culturais mesmo entre grupos ágrafos (“sem grafia, sem escrita”), não se pode definir como sendo um elemento detentor de cultura apenas aquele que é “letrado” .
A transformação permanente das sociedades e de seus costumes culturais, cada vez mais acelerada pela globalização, tem colocado os valores culturais em um abismo cada vez mais profundo, sobressaindo apenas o prático, de interesse imediato, ditado principalmente pelas grandes mídias. Sabemos desta interferência nociva aos valores culturais já existentes, colocando estes como algo sem valor, sem importância. Entendemos também que todos têm cultura, independente de como foram adquiridos os conhecimentos, seja científico ou conhecimento não-formal; sabemos também que a dialogicidade entre as diversas culturas é elemento fundamental para a transformação de uma sociedade, proporcionando ao ser humano uma leitura de mundo de maneira mais aprofundada, rica e abrangente, pois o objetivo do incremento cultural de uma sociedade é este: poder transformá-la de maneira que ela possa perceber o mundo de vários ângulos e de maneira macro, sem desmerecer o micro, o singular, o particular. Afirmar que um determinado grupo ou sociedade não tem cultura seria o mesmo que afirmar que não existe vida nesse meio, pois a partir do momento em que existe vida, troca de experiências e relações, existe um saber que é desenvolvido e transmitido entre seus integrantes, com o qual se identifica e se perpetua enquanto grupo social. Este saber constitui a cultura desse grupo. O fato de este saber ser pouco sofisticado ou formal em nada o desqualifica enquanto saber
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