AOS NAVEGANTES


2012 mal começou e é grande a movimentação política, de norte a sul do nosso imenso e querido país que começa a aquecer as turbinas para o pleito quando serão eleitos representantes para o Executivo e o Legislativo municipais.  Entre nós, sabemos que o verão combina com férias, com viagens a mares “nunca dantes navegados” ou já velhos conhecidos.  Com o calor do sol, quem pode diminui o ritmo e, portanto, há tempo para boas reflexões, regadas a água de coco, cheiro de sal do mar, brisa fresca e todos esses ingredientes especiais que fazem parte dessa época especial do ano.
Aos navegantes internautas e demais, deixo hoje um fragmento extraído de A Casa de Rubem Alves, grande educador e filósofo.  Boa leitura e boa semana a todos (as)!
Este pequeno poema de Cecília Meireles me encanta, é o resumo de uma cosmologia, uma teologia condensada, a revelação do nosso lugar e do nosso destino:
"No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, urna violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de urna borboleta."

Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: "O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso." (O retorno eterno, p 65).

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