Verdadeiros heróis

Quando nos perguntam quem são nossos heróis, as respostas indicam um pouco quem a gente é. Considerando a idade, alguns dizem: Pelé, Tostão, Garrincha, Ademir da Guia, Zagallo ou tantos outros. Os menos antigos: Maradona, Zico, Cruyff, Platini, Beckenbauer. Os mais jovens: Ronaldo, Ronaldinho, Kaká. Os atuais pré-adolescentes: Messi, Neymar, Cristiano Ronaldo.

A coisa começa a complicar-se quando as respostas são mais completas ou mais profundas: Gandhi, Cassius Clay, Albert Schweitzer, Alá, Buda, Madre Teresa de Calcutá, Jesus, Madame Curie, Santa Teresa de Jesus, Maomé, Hitler, Stalin, Nixon, Afonso Arinos, JFK (americano e brasileiro), a lista é interminável e sempre faltará algum. Tem um ditado que diz: Diga-me com quem andas que te direi quem és. Parafraseando eu digo: Diz-me quem é teu herói e te direi quem você é.

Mas, hoje eu quero falar dos outros heróis, os heróis do silêncio, aqueles que não são conhecidos, mas que existem e fazem parte de nossas vidas, e sem eles não sobreviveríamos. Não arriscam suas vidas, mas dedicam suas vidas aos outros, as enfermeiras e enfermeiros que cuidam dos pacientes nos hospitais, principalmente daqueles que foram abandonados por suas próprias famílias. Das babás que tomam conta de nossos filhos dia após dia, dando uma educação que foi abandonada pelos pais. Os policiais e bombeiros honestos que cuidam de nossas vidas e patrimônio e que nunca aparecem nas manchetes dos jornais, ao contrário dos seus colegas desonestos que desfrutam de uma vida cheia de luxo. Posso falar de todas as atividades de uma sociedade e em todas elas encontraremos heróis anônimos que fazem atos de bravura diariamente.

Para mim são heróis todos aqueles que ganham um salário mínimo ou menos e conseguem ser honestos e criar uma família digna e com valores. Jovens que trabalham e estudam para conseguir um futuro melhor sem perder a noção da ética numa sociedade injusta. Trabalhadores que viajam como gado quatro horas por dia e cumprem as suas obrigações. Portadores de necessidades especiais a quem lhes é negado o direito de ir e vir. Aposentados que ganham uma miséria depois de uma vida de trabalho e a quem lhes é negado um resto de vida digna depois de tanto esforço. Cidadãos que lutam para serem atendidos no nosso sistema de saúde de uma forma digna.

Um herói não é um ser especial. Herói é aquele que consegue ser honesto consigo mesmo e viver de acordo a sua consciência, e ao mesmo tempo pensar no próximo. Quando encontre um político que seja capaz de viver com um salário mínimo e manter sua dignidade, ensinando com seu exemplo a sua família e ao povo que o elegeu, serei a primeira pessoa a dizer: Senhores! Encontrei meu herói na política do meu país.
Caro leitor, quem é seu herói? 
Boa semana.
Colaboração: Ricardo Irigoyen

Um comentário

Anônimo disse...

Político ganhando um salário mínimo? Nem em sonho. Aliás Carlos Jorge, acho até que tem alguns políticos (vereadores, deputados ) que não mereciam ganhar nem um salário mínimo, mas pelo contrário ganham fortunas e são verdadeiras parasitas que nada fazem em favor da população.