ESTRATÉGIA MAQUIAVÉLICA

Depois de desempenhar - nos anos que antecederam a Copa do Mundo de 2014 – o papel de “garoto propaganda” do evento, patrocinado pelo governo brasileiro, à custa daqueles recursos pagos pelo contribuinte, o ex jogador Ronaldo Nazário, a menos de um mês do início do campeonato mundial de futebol, vem, numa entrevista pretensamente bombástica, dizer-se decepcionado com o que aconteceu nos bastidores do espetáculo, com os desvios de recursos públicos e outras coisas, que tais. 

Associado a isto, declara o seu apreço, o seu apoio e o seu voto ao candidato Aécio Neves, pretendente ao cargo de presidente da República, pelo PSDB. A reação da atual presidente Dilma, assim como a do seu partido, ocorreu de forma tíbia, quase frouxa e algo indireta, para um partido cujos políticos e militantes costumam ser contundentes, quando não agressivos, na defesa dos seus interesses e posições.

Sabidamente, o declarante (que já foi chamado de “fenômeno”) é uma pessoa dotada de elevado espírito comercial e um marqueteiro muito bem sucedido, como comprova o fato de continuar conseguindo vender sua imagem de jogador e atleta, embora haja deixado de ser um jogador respeitável ou modelo de condição atlética, muito antes de encerrar a sua carreira. E que faturou alguns milhões da Rede Globo de Televisão, num desafio para emagrecer, sei lá quantos quilos, embora continue rechonchudo como um leitão, em véspera de algum banquete.

É, portanto, pouco provável – é muito improvável, aliás – que esteja sendo sincero ao dizer-se decepcionado e surpreso com algo que ele, como todo o resto da sociedade já sabia, desde o início da "farra de gastos públicos", que ocorreu e continua ocorrendo na preparação e realização desta Copa, na promiscuidade dos desvios de recursos e superfaturamentos em que se envolveram dirigentes de alto coturno do governo brasileiro, empresários e a própria FIFA.

Ronaldo Nazário sabia e até tentou justificar as opções do governo federal com uma declaração que restou desastrada e desgastou a sua imagem, perante a opinião pública, ao dizer que “não se faz uma Copa do Mundo com hospitais, mas com estádios”. Então, como se explica que venha agora, travestido de “Madalena arrependida” – e juro que neste “travestido” não há nenhuma insinuação maldosa, porque, no caso, a palavra tem o significado de “transformado” ou “modificado” – renegar o papel que representou, até agora, a serviço do PT e dos projetos eleitorais do partido?

Vou arriscar dois palpites: 1º) Ronaldo, que continua a faturar com a sua imagem, compreendeu o estrago que fez naquele que é o seu produto campeão de vendas e está tentando recuperá-lo perante os patrocinadores (depois, é claro, de faturar tudo o que pode, trabalhando a serviço da realização desse campeonato no Brasil). 2º) Ronaldo, que sempre se disse “amigo pessoal de Lula”, sob a justificativa apresentada, estaria hipotecando, publicamente, o seu apoio ao candidato do PSDB, com o objetivo de desgastá-lo e contribuir para a rejeição do Aécio Neves, perante o eleitorado.
Nesta segunda hipótese, a estratégia seria maquiavélica. Mas, partindo do PT, tudo é possível...
Drº Wagner Fontenelle Pessôa, advogado, professor do curso de Direito e professor aposentado pela rede federal de ensino, e nas horas vagas colunista do Blog.

Um comentário

Anônimo disse...

Adriana Moreira
E obvio q ele esta tentando recuperar a sua imagem ,ja q fez declarações infeliz , e c isso sentiu q ñ e mais aquele fenômeno tanto querido e respeitado pelo povo brasileiro.Agora e tarde ....Inimigo do povo e Inimigo do BRASIL,,xô xô xô !!!!!!!!!!