Estado do Rio em Alerta: Seca poderá deixar várias cidades sem água
O jornal Folha da Manhã Online publicou uma excelente reportagem sobre a situação do rio paraíba do sul, responsável pelo abastecimento de várias cidades do Estado do Rio de Janeiro. A situação é preocupante, e todos nós temos que fazer a nossa parte, economizar água.
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O
rio Paraíba do Sul vive a pior estiagem dos últimos 85 anos de registro
histórico e o risco de desabastecimento não está descartado. Segundo dados da
Secretaria Estadual de Ambiente (SEA), o ano de 2015 segue com chuvas abaixo da
média e população teme o racionamento nos próximos meses. Em Campos, no mês de
junho, a coordenadoria de Defesa Civil e a concessionária Águas do Paraíba
criaram um plano de intervenção emergencial, visando o restabelecimento da
normalidade do sistema de distribuição hídrica, em casos de restrição extrema.
No entanto, mesmo com os baixos índices pluviométricos e volume de profundidade
do rio Paraíba do Sul, que na última sexta-feira estava em 4,67m (1,13m abaixo
do nível ideal), até o momento não foi necessária a utilização da contingência.
O secretário de Estado do Ambiente, André Corrêa, classifica a atual situação
como a mais grave crise hídrica da história. Para a SEA, a medida mais eficaz
para evitar o colapso continua sendo a economia.
O
desperdício de água útil e os danos causados pela falta de chuvas permanecem
sendo apontados como as principais causas do possível desabastecimento nos
próximos meses por especialistas que declaram de forma veemente que a água é um
bem finito e, se não for cuidadosamente gerido, esgotará.
Em
nota, a SEA declarou que principal medida de contingência para aumentar a
segurança hídrica nestes tempos de crise continua sendo a economia dos estoques
de água dos quatro reservatórios responsáveis pelo abastecimento do estado
(Paraibuna, Jaguari, Santa Branca e Funil) que regularizam os rios Paraíba do
Sul e Guandu. “Para tanto, o esforço de adaptação a níveis cada vez mais baixos
desses rios tem sido contínuo e crescente”, relatou a nota que ainda
acrescentou que novos ajustes
no sistema de captação de diversos municípios da região banhados pelo rio Paraíba do Sul, estariam sendo feitos.
no sistema de captação de diversos municípios da região banhados pelo rio Paraíba do Sul, estariam sendo feitos.
Nessa
semana houve nova redução da vazão do Paraíba do Sul, o que poderá afetar,
mesmo que minimamente os municípios do Norte Fluminense. Com isso, a vazão
mínima no Paraíba, no ponto de transposição para o rio Guandu, que já havia
sido gradualmente reduzida de 190 m3/s para 140 m3/s, sofreu mais duas reduções
desde 15 de agosto, a primeira atingindo 115 m3/s em Santa Cecília, a mais
recente, realizada na última quinta-feira reduziu o fluxo de água do Paraíba do
Sul que, passou a receber 110m3/s em Santa Cecília, sendo 75m3/s para o Guandu.
A
SEA afirmou que as operações realizadas permitem a economia de 1,5 trilhão de
litros. A economia de água estocada nos reservatórios — aproximadamente 34% do
volume útil total — equivale a quase quatro vezes o percentual atual de 7,59%
registrado nesta semana.
Em
São João da Barra, na foz do Paraíba, há mais de uma semana a captação de água
feita pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) está prejudicada. O
motivo é o baixo nível do rio, que aumenta a salinidade. A equipe de reportagem
tentou contato com o superintendente da Cedae, Ranieri Nogueira, para saber
detalhes da situação no município, mas não obteve êxito até o fechamento desta
edição.
Soluções
e tecnologias devem ser criadas
Para
fugir da escassez total de água útil, a palavra de ordem a população é:
economizar! Em tempos de crise, reconhecida pelo secretário estadual do
Ambiente, André Corrêa, como a situação hídrica mais grave da história, a
gestão dos estoques aliada a cessão do desperdício é determinante para o
mantimento do abastecimento do bem.
De
acordo com o professor e ambientalista, Aristides Soffiati, em virtude da crise
hídrica prolongada, só haveriam duas saídas
em curto prazo: economizar água de forma consciente ou contar com chuvas abundantes a partir de novembro.
em curto prazo: economizar água de forma consciente ou contar com chuvas abundantes a partir de novembro.
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Mesmo chuvas copiosas, a vazão da bacia não será recuperada de imediato. Em
médio e longo prazo, em no mínimo 15 anos, a solução é o reflorestamento dos
pontos de recarga, das nascentes e das margens dos rios da bacia. Mesmo assim,
os hábitos têm de mudar. Os tempos da abundância e do desperdício estão no
passado. A palavra de ordem agora é economizar, sobretudo pela agropecuária,
pela indústria e pelas concessionárias de água e esgoto. Soluções e tecnologias
novas devem ser criadas — disse Soffiati.
CPI
sugere bônus para quem consumir menos
A
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio
(Alerj) que investiga a crise hídrica no Estado e a transposição do rio Paraíba
do Sul vai sugerir, em seu relatório final, que os consumidores fluminenses
recebam um bônus na conta de água quando gastarem abaixo da média e sejam
penalizados quando o consumo for acima da média. A informação foi dada, na
última quinta-feira, pelo presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), logo
após ouvir o superintendente de Planejamento Integrado da Companhia de
Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp), Dante Ragazzi Pauli, em reunião na
Alerj.
Águas
do Paraíba minimiza risco em Campos
Ausência
de plano preventivo incomoda e preocupa o coordenador da Defesa Civil de
Campos, Henrique Oliveira, que em virtude da ausência de ações de
conscientização a educação ambiental questionou: “E se não houver chuvas de
verão, vamos esperar acabar tudo? Esperar faltar até água para beber para que
uma providência eficiente seja tomada? O Estado e as concessionárias de água
deveriam se mobilizar e realizar amplas campanhas de preservação”.
Mesmo com previsões
ruins para os próximos meses no que diz respeito ao abastecimento hídrico da
região, a concessionária responsável pelo abastecimento de água no município,
Águas do Paraíba, informou que captação dos recursos hídricos estaria operando
normalmente, devido aos investimentos feitos pela concessionária. Em nota
anterior, a empresa afirmou que mesmo em situações mais severas, a distribuição
de água tratada à população não seria afetada. Créditos: Marcus Pinheiro
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