Comunicação debate migração de rádios AM para FM
Em
Bom Jesus do Itabapoana, a Rádio Bom Jesus irá operar na freqüência de 89,1; com 15 quilos de potência alcançando várias
cidades dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Mais de
940 emissoras de rádio AM (modulação em amplitude) serão notificadas nos próximos
meses para pagar a taxa de migração para a frequência modulada (FM) e melhorar
a qualidade de transmissão de seus conteúdos. Durante debate realizado nesta
segunda-feira (15) no Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, o
secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das
Comunicações, Roberto Pinto Martins, explicou que essas emissoras precisam
agora entregar a documentação para o processo de outorga das novas frequências,
pagar a taxa de migração e fazer os investimentos para modernizar a
infraestrutura de transmissão.
Custos
Martins
lembrou que a tabela de preços foi divulgada para que as emissoras se preparem
para a nova fase. Os valores podem variar de R$ 30 mil a R$ 4,5 milhões
dependendo de
variáveis como o alcance das transmissões, por exemplo. “Foi uma metodologia que avalia a potência da emissora, a população de cada município, dados econômicos e sociais. Esta metodologia reflete os parâmetros que estamos usando, não me parece dizer que é um preço baixo, mas um preço justo”, avaliou.
variáveis como o alcance das transmissões, por exemplo. “Foi uma metodologia que avalia a potência da emissora, a população de cada município, dados econômicos e sociais. Esta metodologia reflete os parâmetros que estamos usando, não me parece dizer que é um preço baixo, mas um preço justo”, avaliou.
Para o
representante do ministério, a expectativa dos donos de emissoras tem se
mostrado ainda maior do que a do próprio governo, ainda que os custos sejam
significativos. Além da taxa, esses empresários terão que readequar todo os
equipamentos hoje usados para a frequência AM. “O objetivo é dar uma sobrevida
às emissoras de AM e dar maior diversidade para os ouvintes que passam a ter um
contingente maior de emissoras FM”, disse.
Mais qualidade
Presidente
executivo da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert),
Luis Roberto Antonik calcula, por exemplo, que uma emissora pequena de 10Kw de
Fortaleza, por exemplo, poderá pagar R$ 400 mil de taxa, mais cerca de R$ 150
mil em equipamentos. “O valor não é desprezível, mas vale a pena. A diferença
da qualidade entre AM e FM é muito grande. O rádio é o sujeito do serviço
local”, destacou.
Antonik
ainda lembrou que, além dos investimentos financeiros, as emissoras devem
aproveitar a migração para atualizar também a programação.
Ele
disse que as fases mais complicadas do processo já foram concluídas tanto pelo
Ministério das Comunicações, com a tabela de preços, quanto pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) que ficou responsável por distribuir as
emissoras dentro de faixas de frequência de maneira que não haja interferência
nas transmissões. “Acredito que até o dia 25 de fevereiro as primeiras
emissoras comecem a apresentar os documentos para iniciar o processo”,
enfatizou.
Atualmente,
em todo país, 1.781 emissoras estão como AM, sendo que 1.385 já pediram para
mudar de faixa. Ao todo, 948 rádios poderão fazer a migração em 2016. As demais
emissoras terão que aguardar a liberação do espaço, que deve acontecer com a
digitalização da TV no país que abrirá mais espaço para as novas FMs.
“Nos
grandes centros urbanos, o espectro do rádio elétrico está muito congestionado.
Com o desligamento da TV analógica vai sobrar mais espaço para que as [rádios]
AM migrem para a frequência FM”, explicou o conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone
Loureiro, que também participou do debate.
O
conselho volta a se reunir no início da tarde de hoje para discutir a violência
contra os profissionais de comunicação e os efeitos da crise econômica sobre a
comunicação social.
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