Garotinho deixa prisão domiciliar
O Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) julgou na manhã desta quinta-feira (24) o habeas
corpus do ex-governador Anthony Garotinho (PR). O advogado criminalista
Fernando Fernandes fez a defesa de Garotinho e disparou contra os procedimentos
da Polícia Federal (PF) em Campos. A ministra Luciana Lóssio, responsável
pela relatoria, se posicionou pela revogação da prisão. O ministro Luiz Fux
sugeriu uma alteração, proibindo a volta de Garotinho ao município de Campos.
“Já que ele foi preso e atendido no Rio, ele deve permanecer no Rio até o fim
da instrução processual”.
O
tribunal determinou a libertação do ex-governador por seis votos a um. Ele
deverá pagar fiança no valor de R$ 88 mil, correspondentes a 100 salários
mínimos.A ministra Luciana Lóssio também comentou sobre seu suposto contato com
Garotinho. “Minhas portas estão sempre abertas, mas repudio essas insinuações e
venda de ilusões. Recebi a prefeita Rosinha e o secretário Garotinho. Tudo de
forma transparente”.Lóssio destacou que o caso trata de “crime eleitoral
consistente”, envolvendo compra de votos, mas ressaltou não haver fundamento de
“preservação da ordem pública para se evitar a repetição de delitos” na
decretação de prisão preventiva, já que os episódios investigados se referem a
uma eleição que já passou.
O ministro
Herman Benjamin discordou de posições da ministra Luciana Lóssio sobre o juiz
Glaucenir Silva de Oliveira. Em outro momento, após a ministra afirmar que uma
testemunha “não é confiável”, Benjamin comentou: “Não podemos dizer quem é e
quem não é confiável”.O vice-procurador-geral eleitoral, Nicolao Dino,
representando o Ministério Público, disse que não vai se pautar por teorias
fantasiosas. Ele enviou parecer pelo cumprimento da prisão de Garotinho em
estabelecimento prisional, como mostrou ontem (23) o blog “Ponto de Vista” (aqui). O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes
considerou o caso “delicado” e se referiu a remoção de Garotinho para Bangu
como “caricata”. Ele criticou a postura de alguns advogados que, na visão dele,
“são lobistas”. “Será necessário que a OAB abra uma sindicância para apurar uma
série de questões deste caso. As instituições estão em jogo”, disse Mendes, que
também aproveitou para defender a ministra Luciana Lóssio. Acompanharam a
ministra outros cinco membros do TSE: Admar Gonzaga, Luiz Fux, Rosa Weber,
Napoleão Nunes Maia e Gilmar Mendes. O corregedor-geral da Justiça Eleitoral,
Herman Benjamin, votou para manter a prisão domiciliar.
Nenhum comentário
Postar um comentário