Caminhoneiros precisam de curso específico para transporte de cargas

O acidente trágico que deixou 11 pessoas mortas na BR 101, em Mimoso do Sul, no último domingo, mais uma vez levantou uma série de questões a respeito dos caminhões que transportam cargas pesadas, como granito, e também sobre o processo de habilitação dos motoristas. Para garantir a segurança de quem circula pelas rodovias, os caminhoneiros precisam fazer cursos específicos e os veículos precisam estar autorizados pelo Detran para transportar determinadas cargas. Na prática, no entanto, as regras não são sempre respeitadas.

A cada cinco anos, os motoristas de caminhões precisam passar por um curso que aborda questões como primeiros socorros, direção defensiva e legislação ambiental. Além disso, quando os caminhoneiros transportam cargas como placas ou blocos de granito, eles também passam por instruções sobre o transporte adequado e seguro desses itens.

Além desse curso diferenciado, a carteira nacional de habilitação para esses profissionais também tem peculiaridades. Eles precisam ter uma autorização especial para exercer atividade remunerada como motoristas e, a cada cinco anos, na hora de renovar a carteira, também passam por exames psicológico e toxicológico, que indica se a pessoa consumiu drogas recentemente.

O gerente operacional do Detran-ES, Cleber Bongestab, explica o motivo da necessidade desses cursos específicos. “A legislação encara, por exemplo, rochas, gasolina e explosivos como produtos perigosos. Tudo isso tem a mesma característica. Quem conduz veículos com esse tipo de carga tem que ter esse curso específico”, disse.

Em relação ao caminhão, é necessário que haja uma autorização específica do Detran-ES para que o veículo transporte cargas como rochas. Em caso de adaptação do veículo, antes de fazer a alteração, é preciso que a mudança seja permitida pelo Departamento de Trânsito.

Um fato que chamou a atenção no acidente do último domingo é a quantidade de multas que já foram aplicadas ao caminhão que invadiu a contramão e colidiu contra o micro-ônibus que transportava um grupo de dança. Ao todo, o veículo tem 24 infrações, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Foram 13 nos últimos dois anos, quando o caminhão passou a ser do atual dono.

Segundo o gerente operacional do Detran-ES, Cleber Bongestab, esse fato, isolado, não impede a circulação do veículo, já que o condutor e o proprietário podem estar dentro do prazo para recurso.
Fonte: CBN VITÓRIA.



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