Grupo de acampados aguarda sentença da Justiça
Fotos: Paula Vigneron
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Um grupo de acampados realizou um ato
na manhã desta terça-feira (26), na praça do Santíssimo Salvador, no
Centro de Campos. Eles aguardavam a sentença da Justiça Federal sobre 11 mil
hectares de terra que servirão de assentamento para 1.400 famílias do
Acampamento e Pesquisa Margarida Alves, localizado, atualmente, na BR 356, na
Aldeia.
O acampamento é parte da Federação
dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri). Segundo Jonas Rocha, coordenador do
Margarida Alves e líder do ato, a situação de espera pelo parecer judicial já
se estende há sete anos.
— O juiz está para fazer a sentença
das terras, assentamento que, se for aprovado, será o maior da cidade. O Incra
já declarou que as terras são improdutivas, mas estamos aptos para mudar para
nossas terras. Eu não posso dizer (o local exato) por motivo de segurança, para
não gerar conflito, mas é em Campos.
Jonas explicou ainda que o processo
para o assentamento está na Justiça desde 2010, além de outros
acampamentos que ainda esperam por aprovações judiciais. “Os representantes
apenas querem mostrar que estão prontos para mudar. Não queremos incomodar
ninguém. Nosso acampamento preza a harmonia em sociedade, apenas queremos o que
é direito nosso”.
Segundo o coordenador, o Acampamento
e Pesquisa Margarida Alves busca o convívio harmônico com a sociedade. “Temos
duas mil famílias cadastradas no programa. As primeiras
conversas para cadastramento das famílias nasceram em agosto do ano
passado. Tinha terra, mas não tinha família. Eram 300, 400 famílias. Falei com
a federação, em Niterói. Continuamos o pré-cadastramento. Depois das eleições,
fizemos o primeiro encontro, no dia 11 de fevereiro. E este é o nosso segundo
encontro, na praça, aguardando a sentença favorável. E, do dia 1º de maio para
cá, passou a existir o Margarida Alves”, detalhou.
O acampamento foi batizado para
homenagear a líder rural da Paraíba que foi assassinada com um tiro de escopeta
no rosto. Com a visibilidade, Margarida passou a ser ameaçada e foi morta no
dia 12 de agosto de 1983, aos 50 anos de idade, na porta de sua casa.
Fonte: Folha1
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