Médicos em estado de greve
Quem foi à Unidade de Pronto
Atendimento (UPA) de Guarus, nesta terça-feira, para ter atendimento médico, só
conseguiu se estivesse em situação de emergência. O motivo foi o estado de
greve iniciado pelo corpo médico clínico e pediátrico, em protesto contra
várias pendências da organização social Instituto dos Lagos RIO, entre elas o
atraso no pagamento do 13º salário de 2016 e 2017. A situação irá continuar até
que a entidade resolva os problemas ou, ao menos, emita um posicionamento
respondendo os questionamentos dos funcionários.
Na tarde desta terça-feira, a unidade
estava vazia com os funcionários parados. Normalmente, cinco médicos fazem o
plantão. Porém, um deles teria faltado. “Os médicos não estão atendendo porque
a empresa tem dois anos que não repassa o 13º, sem dar nenhuma justificativa,
não passam nada para os funcionários. O reajuste das categorias também já tem
três anos que não é repassado. Os médicos não estão recebendo o auxílio
alimentação há quase um ano (nove meses). Só pagam as férias depois que a
pessoa retorna, sempre com atraso. O fundo de garantia não está sendo
depositado desde novembro de 2015, entre outros problemas”, falou um dos
funcionários, que preferiu não ser identificado.
Há também uma reclamação sobre a
redução do número de clínicos e pediatras, resultando em sobrecarga de
trabalho. Ainda foram citados pelos funcionários problemas no ar condicionado e
falta de materiais necessários para os atendimentos e também de limpeza. O
estado de greve ganhou força e teve início, de fato, ontem, após conversas com
representantes do Conselho Regional de Medicina (Cremerj). “Na semana passada,
um representante do corpo clinico ficou de redigir um documento e enviar para o
Cremerj. Oficiosamente, a gente já sabia. É muito justo que tomem essa medida.
Afinal de contas, ninguém gosta de ficar sem receber o 13º, nem férias, nem
nada. É brincadeira”, afirmou o presidente do Cremerj em Campos, Makhoul
Moussalem.
A secretaria de Estado de Saúde
informou que “vai oficiar a organização social que administra a unidade para
que todo o atendimento à população seja restabelecido imediatamente”. Já o
Instituto dos Lagos Rio afirma estar “mobilizado junto à secretaria de Estado
de Saúde para receber os pagamentos e repassar aos funcionários das unidades de
saúde, (...) lamenta os transtornos causados aos trabalhadores, e reitera estar
atuando diuturnamente com a secretaria para normalizar o mais breve possível os
pagamentos aos funcionários”. (M.B.)
Fonte: Folha 1
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