Posse de armas vira propaganda em Vila Velha; procura dispara no ES

Pouco tempo depois da assinatura do decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que flexibiliza a posse de armas, o outdoor de um clube de tiros, instalado no acesso à Terceira Ponte, criou polêmica em Vila Velha, no Estado do Espírito Santo.
Na peça publicitária, três mulheres exibem duas armas de cano longo e uma de menor porte, chama o consumidor a saber como adquirir o equipamento e convida para “atirar conosco”.


Para Felippe Angeli, do Instutito Sou da Paz, que criticou o decreto de Bolsonaro, a publicidade pode estimular a compra das armas. “Isso é absolutamente ilegal. Não está relacionado ao decreto de flexibilização, mas ao Estatuto do Desarmamento que restringe esse tipo de publicidade”, apontou Angeli.

O Estatuto, em vigor desde 2003, proíbe que empresas de produção ou comércio de armamento façam publicidade para venda e diz que quem infringir as regras está sujeito a uma multa . O texto da lei define que isso só pode ser feito em revistas, jornais ou sites especializados.
Já o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), que fiscaliza a ética na propaganda, estabelece que a peça deve ater-se à apresentação do modelo da arma de fogo, suas características e preço. O outdoor é do Clube de Tiro Vila Velha, que pertence a um grupo que também é dono de uma loja de armas.

O diretor do Clube de Tiro Vila Velha, Felipe Rodrigues, no entanto, alega que o outdoor não exibe propaganda da loja e somente do clube, que não se enquadraria nessas restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento. Questionado sobre a frase “saiba como adquirir sua arma”, presente no outdoor, o representante da empresa nega que seja uma apologia à compra de armas.

“Isso é apenas um convite para a informação sobre a posse de armas e não incentiva, não. A ideia é passar para a pessoa como é para adquirir uma arma de fogo e não vender uma arma de fogo. A imprensa mesmo faz reportagens com passo-a-passo do processo de compra de arma de fogo”, justificou Rodrigues, que disse ainda que a instalação da peça na Terceira Ponte estava planejada desde dezembro, antes da assinatura do decreto. Fonte redação/A Gazeta Online

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