Boas notícias animam mercado do petróleo na região

A avalanche de boas notícias que jorram da plataforma continental tende a turbinar o crescimento da região nos próximos anos. Prefeitos, gestores e especialistas traçam um cenário positivo com a abertura do setor de petróleo e gás, que bateu recorde no mês de maio e o crescimento de 235% das operações de transbordo de óleo no Porto do Açu em 2018. As estratégias das grandes operadoras offshore apontam para a ampliação da capacidade de produção nas reservas na Bacia de Campos.


O diretor de Petróleo e Gás da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Inovação da Prefeitura de Campos, Diogo Manhães, lembra que a produção da camada pré-sal já vem superando a produção da camada pós-sal desde dezembro de 2017, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

— Hoje representa quase 61% do total produzido no Brasil, segundo boletim mensal de produção da ANP, do mês de maio. A produção na camada pré-sal da Bacia de Campos representa hoje 10% da produção total do pré-sal. Os outros 90% estão na Bacia de Santos. Do total da produção da Bacia de Campos, provenientes de 33 campos produtores, atualmente cerca de 18% vem da camada pré-sal, oriunda de seis campos produtores, que estão produzindo tanto na camada pré-sal quanto na pós-sal — analisou.
Diogo Manhães avalia que esse percentual ainda é pequeno se comparado a produção na camada pós-sal.

— Porém tende a aumentar com o passar do tempo, tornando-se mais significativo, conforme a Petrobras for realizando investimentos neste horizonte que hoje é o foco do seu portfólio — completa Diogo.

A Bacia de Campos possui hoje 35 dos 50 campos produtores que já podem ser considerados maduros, e que já estão em declínio de produção. Segundo o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, a estatal vai investir US$ 21 bilhões (R$ 90 bilhões) na revitalização da Bacia de Campos. A Petrobras pretende elevar a capacidade das operações nas áreas com maior tempo de produção da Bacia de Campos.

— Conhecida como “revitalização dos campos maduros”, a estratégia visa elevar o fator de recuperação dos poços que já entraram na linha de declínio de produtividade. Na prática, os cerca de R$ 90 bilhões anunciados pelo presidente da Petrobras, serão aplicados em áreas com elevado potencial de extração de óleo de boa qualidade, em destaque os campos de Marlim e Roncador. A companhia investirá na elevação do potencial de produção desses campos, passando dos 14% de extração de óleo e gás atuais para 23%. A média mundial chega a casa dos 35% — informa Diogo.
Para o prefeito Rafael Diniz, presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), “o desenvolvimento deste projeto da Petrobras mobilizará a cadeia de empresas que oferecem produtos e serviços para o setor de “E&P” (exploração e produção), o que poderá trazer, além de empregos para o setor (nas contas da indústria, a cada US$ 1 bilhão investido no setor, cerca de 25 mil empregos são gerados), royalties e participações especiais aos municípios da região, advindos da maior produção destes campos após sua revitalização”.

Porto do Açu está na rota das petrolíferas
Para o superintendente de Petróleo, Gás e Tecnologia de São João da Barra, Wellington Abreu, o melhor dos mundos seria capitalizar a Petrobras logo após o anúncio da descoberta do pré-sal e licitar todos os blocos em regime de concessão.
— Teríamos uma das maiores petroleiras do mundo ou a maior no século 21 e milhares de empregos com uma economia muito bem nutrida por mais de uma década. Estamos vivendo um momento muito positivo e de euforia no mercado energético mundial, envolvendo energias renováveis e uma briga pelo petróleo brasileiro. Isso favorece nossa região que é ainda altamente dependente dos royalties da exploração petrolífera na Bacia de Campos que já foi responsável por 85% do petróleo extraído no país — ressalvou.

O especialista lembra que após 30 anos de produção, a Bacia de Campos encontra-se em fase de declínio e necessita de investimentos para recuperar a produção recentemente superada pelos campos do pré-sal.
— Mas, graças à implantação do Complexo Portuário do Açu passamos a ter a maior base de apoio offshore do mundo e, no mesmo terminal principal que serve, entre outras operações, a de transbordo de petróleo que atualmente está sendo feita pela Açu Petróleo, em parceria com a Petrobras, a Petrogal e Equinor. Esses serviços tendem a aumentar com a exploração da camada pré-sal na Bacia de Campos e, possivelmente, na Bacia de Santos. A expectativa é grande para este semestre com novas rodadas de licitação da ANP, leilão de cessão onerosa e o avanço da nova matriz energética que é o gás — comentou ainda.

Wellington ainda falou sobre a preocupação com o julgamento em 20 de novem da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal que pode redistribuir os royalties do petróleo para todos os municípios e estados.

Mais investimentos em campos maduros
Mais um município produtor de petróleo da região e com grande parte das receitas oriundas dos royalties, Quissamã também comemora as boas notícias da semana no setor petrolífero. A Fátima Pacheco ainda destacou a necessidade de investimentos nos campos maduros da Bacia de Campos.
— É com muito otimismo que recebemos essa notícia (do recorde de produção de petróleo e gás em maio), porque vai impulsionar a economia do nosso Estado e da nossa região. Temos a perspectiva que ocorram investimentos nos campos maduros da Bacia de Campos, possibilitando a ampliação da produtividade que está muito aquém do pré-sal, acarretando assim o aquecimento do mercado, com a geração de empregos, que nos últimos anos foi duramente impactada com a queda do preço do barril de petróleo. Como gestora, vejo com muita esperança esse aumento da produtividade, porque interfere diretamente na vida das pessoas, trazendo benefícios como o desenvolvimento econômico e social. Fonte-Folha1


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