São Francisco e os debates em tempos de pandemia

Carlos Jorge

 Artigo produzido por Carlos Jorge P. Azevedo, em 20 de abril de 2020

Em tempos de quarentena associado a feriados e pontos facultativos na administração pública, uma recompensa para quem trabalha “demais” em tempos de estagnação econômica, resta-nos ler, ouvir, assistir e formatar opiniões ou não sobre determinados temas, nos aflorando a imensa vontade de registrar de alguma forma algumas percepções tiradas dessa instável situação do mundo, do Brasil, dos estados e, em particular, do município de São Francisco de Itabapoana, minha amada cidade, terra abençoada onde a generosidade divida se estabeleceu. Se houvesse um lugar preferido para a morada dos deuses da mitologia Grega; Deméter mulher de Zeus e conhecida como a Senhora da vegetação e da produtividade da terra certamente aportaria por essas bandas.

  Voltando a nossa realidade, vivenciamos uma fase perversa, uma guerra contra um inimigo desconhecido (virus), sem cheiro e sem cor, porém com efeito catastrófico no corpo e na mente de milhares de pessoas, afinal o terror psicológico tem sido imenso. Esse microvirus traz consigo uma pequena partícula que tem tomado aos poucos o protagonismo desse filme de terror. Já que citamos a mitologia, podemos intitular essa pequena partícula pelo nome de Dýsnomia que na mitologia grega era conhecido como o espírito da discórdia que personificava a desordem cívica, a ilegalidade e vários outros grande males da humanidade.

  Assim tenho visto comportamentos diversos onde o espírito da discórdia tem prevalecido. Em minha cidade, por exemplo, vejo cabeças antes brilhantes, se afundando em teorias do achismo, pessoas inteligentes sendo levadas para debates infrutíferos para a nossa cidade. Grupos se apequenando em disputas virtuais para saber quem é o melhor, quem é o mais querido e quem deve permanecer ou ir pra casa. Sobre esse episódio em particular, podemos recorrer a bussola moral, citando o livro de Eclesiastes 12:8 “Vaidade de vaidades... tudo é vaidade”. 

  Começamos a morrer intelectualmente quando insistimos a permanecer acondicionados em nossos pensamentos e teorias do achismo que tomamos como verdades absolutas. Devemos ouvir e nos reinventar diariamente nas idéias e ações buscando sempre o aperfeiçoamento intelectual e de entendimento de mundo para que sejamos justos com o próximo. 

  Convido a você que leu esse pequeno artigo e entendeu a mensagem, para que possamos ampliar os debates, e estes devem sempre existir, porém devemos tentar praticar o cérebro em busca de duas respostas: O que posso fazer para ajudar ao próximo que está passando por dificuldades nesse tempo de quarentena? O que podemos fazer para melhor a nossa cidade pós- pandemia?

  Iniciamos o nosso texto falando da mitologia. Encerro esse ensaio citando dois homens importantes da era cristã, que podemos tomar como exemplo em nossa lida diária: Um podemos chamá-lo de Rei da humildade (Jesus) o outro Rei da Caridade(São Francisco de Paula), o padroeiro da nossa cidade.