Instituições de Ensino Superior do Estado não têm autorização para retomar aulas presenciais
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do estado, Leonardo Rodrigues, ainda ressaltou que só vai autorizar o retorno das aulas quando a Secretaria de Saúde de Estado (SES) liberar. “Não temos competência para tomar essa decisão. Quem tem que definir quando é seguro e o quanto é seguro esse retorno é a Saúde. Temos que ter muita cautela na hora de tomar uma decisão como essa”, considerou.
O procurador do Ministério Público do trabalho do Rio (MPT-RJ), João Berthier, concordou com a postura do secretário Leonardo e reforçou que o retorno não pode ser definido por opiniões, mas deve ser analisado com base em dados científicos. “É fundamental ter um plano de contingência, com distanciamento, mas isso não me parece ser o suficiente até o momento. Quando for a hora certa e tivermos a liberação técnica para o retorno das atividades o MP vai estar vigilante e atento ao cumprimento de todas as medidas de precaução”, pontuou.
No entanto, o cenário nas instituições privadas não é o mesmo do que o das universidades públicas, afirmou o presidente da Comissão de Educação, deputado Flávio Serafini (PSol). “Fomos procurados por diversos profissionais da educação que estão preocupados com esse movimento de volta às aulas intensificado nas unidades privadas. O nosso objetivo é alinhavar entendimentos e preservar vidas. Essa comissão vai lutar pelos direitos desses estudantes”” afirmou.
A presidente da Comissão de Saúde, deputada Martha Rocha (PDT), concordou com a fala do deputado e ainda afirmou que não se pode precipitar o retorno das aulas: “O mesmo movimento que essas universidades particulares estão tomando para voltar às aulas não é visto na garantia da segurança desses estudantes. O nosso entendimento é sempre em defesa e respeito à ciência”.
Problemas apontados
O diretor do Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro (Sinpro Rio), Wladimir Cerveira, ressaltou que a dinâmica do ensino superior é diferente do ensino médio, com alunos frequentando turmas diferentes e aumentando o risco de contaminação invertida. “Os alunos entram em horários variados cruzando com cinco mil pessoas por dia. Os professores dão aulas em universidades ou unidades diferentes. Somos contrários a esse retorno das aulas agora que vai nos deixar ainda mais fragilizados”, definiu Cerveira.
Além do risco de contaminação, a representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Unisuam, Deborah Santos, destacou que não houve redução da mensalidade e que o bilhete único não está funcionando. “Muitos estudantes estão tendo que tirar mais dinheiro do bolso para ir à aula, colocando-se numa situação de risco e ainda ficando no prejuízo sozinho”, relatou.
Fonte: Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
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