Renato Marcolino, filho do pescador Wilson Martins dos
Santos, reconheceu que um dos corpos encontrados pela Marinha no mar do Rio de
Janeiro, na área de São João da Barra, é do pescador. Ele pôde ver o corpo no
início da noite deste sábado (06) no Instituto Médico Legal (IML) de Macaé.
Renato viajou ao Rio de Janeiro para fazer o reconhecimento
do corpo do pai, mas já havia confirmado que um colar e relógio encontrados com
o corpo pertencia ao pescador. O segundo corpo encontrado pelas autoridades
ainda segue sem identificação.
Na noite desta sexta-feira (05), a família do pescador
recebeu fotos do relógio e do cordão encontrados com um dos corpos e reconheceu
como sendo objetos de Wilson. A informação foi confirmada por Renato.
"Esse relógio e esse cordão ele nunca tirava", afirmou o filho.
Wilson e mais quatro amigos viajavam de lancha do Rio de
Janeiro com destino a Fortaleza. O grupo começou a viagem no dia 26 de janeiro,
quando partiu do Iate Clube Guanabara. A embarcação teve uma falha no motor e
nas bombas no mesmo dia, segundo a mulher de um dos navegantes, Vitória
Magalhães. Então, eles pararam na Urca, ainda no Rio de Janeiro, para fazer os
reparos, e partiram do local dois dias depois, em 28 de janeiro.
Os dois corpos foram localizados pela Marinha na noite de
quinta-feira (04), a 50 km da costa de Cabo Frio, na Região dos Lagos, em uma
área próxima ao freezer recolhido nesta terça-feira (3), que apresenta
características semelhantes ao que estava a bordo da lancha "O
Maestro". O outro corpo localizado ainda não foi identificado formalmente.
Para fazer a viagem, Renato fez uma campanha nas redes
sociais para arcar com os custos. A passagem de ida foi uma doação à família.
Antes de desaparecer, Wilson enviou vídeos da viagem para a
família. Nos vídeos enviados, Wilson mostra a embarcação e o grupo de amigos
que estava com ele no litoral do Rio de Janeiro.
Além dos vídeos, o pescador enviou um áudio para a filha
Glécia Marcolino Dos Santos relatando que a viagem atrasou após o barco ter
apresentado problema em um dos motores "Tinha muito sujo [sujeira] e
entupiu tudo. Nós estamos revisando tudo pra a gente não ter problemas mais lá
para a frente, mais para longe. Mas está tudo em paz, tudo tranquilo. Nós
estamos ainda no Rio de Janeiro, comprando as coisas para resolver por
aqui", disse Wilson no áudio.
Ainda segundo Glécia, o pai foi convidado para a viagem pelo
compadre dele, o empresário Domingos Sávio, que está entre os desaparecidos.
Wilson era pescador há mais de 40 anos e morava na Praia de
Guajiru, no município de Trairi, a 126 quilômetros de Fortaleza. Ele deixa
mulher e três filhos. *Com informações Tv Verdes Mares
Nenhum comentário
Postar um comentário