'Faraó dos Bitcoins': Glaidson vira réu acusado de mandar matar investidor concorrente


Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', e mais cinco pessoas viraram rés nesta terça-feira (14) pela tentativa de homicídio contra Nilson Alves da Silva, o Nilsinho, em 20 de março deste ano, em Cabo Frio, na Região dos Lagos fluminense. Nilsinho sobreviveu ao atentado.

A juíza Janaina Pereira Pomposelli, da 2ª Vara Criminal de Cabo Frio, aceitou denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Promotores afirmam que Glaidson mandou matar Nilsinho.
Executores do crime também são investigados pelo envolvimento com o homicídio do investidor em criptomoedas Wesley Pessano, em São Pedro da Aldeia.

A investigação, comandada pelo delegado Carlos Eduardo Almeida, da 126ª DP (Cabo Frio), aponta que o Nilson atuava com investimento em criptomoedas, assim como Glaidson.
A motivação, segundo a polícia, foi a notícia espalhada por Nilsinho, em janeiro de 2021, de que Glaidson seria preso pela Polícia Federal. Por isso, afirmam os investigadores, a vítima sugeriu que clientes de Glaidson retirassem os valores da GAS Consultoria e transferissem para a sua empresa.
De acordo com um trecho da decisão, o Ministério Público também considerou que "em razão do potencial da vítima Nilsinho para diminuir a quantidade de clientes da GAS, o que levaria o denunciado Glaidson a prejuízos financeiros que poderiam chegar à casa de milhões de reais, havia a suspeita inicial de que esta poderia ser a motivação da tentativa de homicídio".
Glaidson, de fato, foi preso pela PF, acusado de chefiar um esquema ilegal de investimento em criptomoedas.
De acordo com a investigação, Glaidson determinou que Thiago de Paula Reis contratasse executores. Thiago era um dos homens de confiança de Glaidson e chegou a visitá-lo na cadeia.
Na época do indiciamento, os advogados de Thiago dizem que ele "nega veementemente qualquer participação nos fatos narrados" e dizem que "antes de veiculada qualquer matéria sobre o assunto, a defesa protocolou na Delegacia de Cabo Frio uma petição informando que o Thiago de Paula Reis está inteiramente à disposição da Justiça para prestar qualquer esclarecimento sobre os fatos".
A defesa disse ainda que "não teve acesso aos autos do inquérito policial e, portanto, não tomou conhecimento do teor das acusações, bem como não houve por parte da Autoridade Policial a tentativa de intimá-lo para esclarecer os episódios sob investigação".
Ainda de acordo com a polícia, Rodrigo Silva Moreira, Fabio Natan do Nascimento (FB), Chingler Lopes Lima e Rafael Marques Gregório foram os executores do crime.
A polícia afirma que, para dificultar a investigação, os quatro usaram um veículo clonado e contaram com o apoio de um veículo regularizado para fazer os deslocamentos rodoviários.
Atividade típica de grupo de extermínio

Em decorrência da Operação Kryptos, que terminou com a prisão de Glaidson e parte dos envolvidos no esquema, a Polícia Federal conseguiu apreender celulares e ter acesso a conversas, por troca de mensagens, entre os denunciados.

O Ministério Público considerou que as mensagens mostram que a organização comandada por Glaidson era "direcionada à eliminação de seus concorrentes no mercado de captação de clientes para investimentos, em uma atividade típica de grupo de extermínio que guarda semelhanças com as antigas organizações mafiosas".

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