Um em cada cinco produtos de limpeza comprados no Brasil é irregular, afirma pesquisa
A informalidade atinge 22% dos produtos de limpeza domésticos no Brasil. O levantamento da Associação Brasileira das Industrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla), de uso doméstico e profissional, revela que 1 a cada 5 saneantes comprados no país é irregular. O diretor executivo da Abipla, Paulo Engler, reforça que, além da ineficácia, os produtos podem causar riscos à saúde e ao meio ambiente. “Dentro do produto pirata, falsificado, você pode ter um produto que danifique, por exemplo, a estação de tratamento de esgoto, e que possa causar enormes problemas. Ou, simplesmente, ele não combata, não faça higienização e a desinfecção que se propõe”, explica.
Em relação ao uso profissional, os itens sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegam a 18%. “Clínicas médicas e hospitais, nós acabamos não identificando nada. Ficou mais para esse tipo de atividade econômica, bares, restaurantes, pequenas lojas, indústrias de pequeno porte, que de fato compram, infelizmente, produto informal”, diz Engler. O diretor executivo da Abipla reconhece que a crise financeira aproxima as famílias dos produtos clandestinos. Já para o setor, a venda de itens sem o registro na Anvisa movimenta cerca de R$ 8 bilhões apenas para uso doméstico.
A pesquisa aponta que a maior informalidade está presente nas grandes cidades, por meio de carros que percorrem a periferia vendendo produtos. Mas não necessariamente o processo de fabricação é rudimentar. “É organizado. Muitas vezes eles usam cloro na formulação. É quase impossível comprar cloro no mercado clandestino. Isso não existe. É extremamente bem controlado esse tipo de produto. Então, ele tem que existir mesmo, ele tem que ter uma conta bancária, ele tem que ter um CNPJ já há alguns anos. E, por isso, que ele consegue, porque ele existe, só que boa parte da produção dele é totalmente informal, ele não emite nota fiscal, não faz pagamento por meio do fluxo bancário, faz tudo em dinheiro e tudo mais. É assim que funciona, por uma pequena empresa”, diz Engler.
Fonte: Jovem Pan
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