Uma viagem inesquecível

Quero contar para todos vocês a viagem que fiz um mês atrás. Foi surpreendente e muito educativo. Não sei se já tiveram a oportunidade de visitar este país tão especial. Recomendo que o façam pelo menos uma vez na vida.
O mais interessante é que para eles todo o ano é Natal. Sim, natal com maiúscula e minúscula. Eles acreditam que cada ser humano é um presente na vida de cada habitante. Não interessa a cor ou crença, tratam a todos como se fossem membros da família. Não existe fome, nem miséria. Aqueles que dirigem o país e suas instituições não ganham nada extra por esse serviço, continuam trabalhando nos seus ofícios para sustentar-se. Todos os anos são substituídos por outros de acordo a um sorteio entre os mais velhos de cada bairro, e cidade que desejam inscrever-se. Dentre os sorteados, também por sorteio, são escolhidos aqueles que vão dirigir o país no ano que segue. Todos estão imbuídos da convicção que estão cumprindo um dever cívico que é o ônus de pertencer a essa sociedade. Aqueles que já cumpriram com essa obrigação compreendem as dificuldades que enfrentam seus dirigentes e sempre estão dispostos a colaborar.
Não existem impostos, porque não existe máquina ou custo na administração das instituições, cada secretaria ou administração local apresenta mensalmente as despesas e são rateadas entre todos os moradores da região. Quando existe a necessidade de uma despesa extra todos aqueles que participarão nesse custo são consultados através de uma enquete na qual figuram os custos e opções. Simples, não é verdade?
Perguntei: Como funciona a polícia? A resposta me surpreendeu: - A polícia? Somos todos policiais. Somos todos responsáveis por manter a ordem e fazer respeitar a lei. Mas, não existem ladrões ou assassinos? Lógico que sim. São poucos, são julgados pelos seus pares e enviados a um centro de reabilitação pelo tempo que seja necessário para que possam reintegrar-se à sociedade. Reincidentes? Arrisquei-me a perguntar. Quase nenhum, foi sua resposta. Mas, logo continuou dizendo que quando isso acontecia toda a sociedade sentia-se responsável por ter falhado e era dada uma nova chance de reabilitação. Tomavam-se todos os cuidados possíveis e caso voltasse a ter uma recaída, novo julgamento e era banido da sociedade. Somente tivemos cinco casos nos últimos três séculos, explicou.
A curiosidade intrínseca me fez questionar quem eram os juízes. Eram escolhidos entre os voluntários, e as únicas limitações que existem são não ser familiares, amigos ou conhecidos das partes envolvidas.
Foram muitas as coisas que aprendi nesta viagem, mas a que ficou mais gravada na minha mente foi o jeito que eles se cumprimentavam.
O que posso fazer por você hoje?

E realmente o diziam de coração. Bom Natal! Ricardo Irigoyen(Agência Rio)

Um comentário

Anônimo disse...

ESSE LUGAR DEVE SER O INFERNO, POIS, NO PLANETA TERRA ISSO NUNCA EXISTIRÁ!