Meninos de Belford Roxo: um morreu durante tortura, e os outros acabaram executados por isso


Condenados no “tribunal do tráfico” por um suposto roubo de passarinhos, os três meninos de Belford Roxo passaram por uma sessão de tortura tão violenta que um deles morreu em decorrência da surra. Os outros dois acabaram executados por isso.

“Eles foram torturados. Pode-se chamar de tortura. Em algum momento um deles falece, e eles acham que a solução daquele caso seria matar os outros dois e chamar alguém para levar os corpos para fora da comunidade”, afirmou o titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, Uriel Alcântara.

Nesta quinta-feira (09), a polícia fez uma operação no Castelar a fim de encerrar o inquérito da morte dos garotos Lucas Matheus, Alexandre da Silva e Fernando Henrique.

A ação visava a cumprir 56 mandados de prisão. Até a última atualização desta reportagem, 31 haviam sido cumpridos: 15 pessoas já estavam encarceradas, e outras 16 foram detidas nesta quinta. Houve ainda duas prisões em flagrante.

A polícia indiciou cinco pessoas por participação nas mortes das crianças:

  • Edgar Alves de Andrade, o Doca, uma das lideranças do Comando Vermelho, foragido;
  • Ana Paula da Rosa Costa, a Tia Paula, gerente de logística do Castelar, morta;
  • Willer Castro da Silva, o Estala, gerente do tráfico do Castelar, morto;
  • José Carlos Prazeres da Silva, o Piranha, chefe do tráfico do Castelar, morto;
  • Uma quinta pessoa, presa.
  • Um sexto responde em liberdade apenas por ocultação de cadáver.

“Essa facção é a mesma que já torturou e matou jornalista, matou uma jovem menina e cortou ela porque não queria namorar um traficante, que matou um menino na Nova Holanda, que incentiva roubos de automóveis e cargas no Rio de Janeiro”, afirmou Ronaldo Oliveira, subsecretário de planejamento operacional da Polícia Civil.

“A Polícia Civil foi cobrada sobre esse crime. Houve insinuações que a polícia priorizava investigações cujas vítimas são ricas, em detrimento de investigações cujas vítimas são pobres. Hoje foi demonstrado que isso não é verdade. É um fato difícil de investigar”, disse Roberto Cardoso, diretor do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Segundo Uriel Alcântara, a polícia colheu muitos elementos para comprovar a participação de todos os envolvidos no crime.

“Análises de telefone e quebras de dados de telefone indicaram que houve violência. Um irmão acusa o outro de transportar os corpos das crianças. Há um vínculo entre o condutor do veículo e a pessoa que teria chamado ele, que é a Tia Paula. Esse irmão a conhecia. E nós temos cinco investigados pelo homicídio e um sexto investigado pela ocultação de cadáver”, explicou Uriel.

Relembre o caso
O crime aconteceu em dezembro do ano passado. Para a Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, os garotos foram mortos por traficantes do Castelar por causa do furto de passarinhos.

Cinco dos mandados de prisão são pelo triplo homicídio com ocultação de cadáver das crianças. Os outros são por associação para o tráfico.

Lucas Matheus, de 9 anos, e Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique, 12, sumiram no dia 27 de dezembro depois que saíram de casa para brincar. Foram vistos pela última vez a caminho da Feira de Areia Branca.

Quase nove meses depois, o secretário de Polícia Civil, Allan Turnowski, afirmou que traficantes do Castelar foram os autores do assassinato das crianças.

“Quem matou os meninos da Baixada foram os traficantes da favela Castelar. Desde o início, a gente tinha esse linha como mais forte, mas também a gente tinha outras linhas que, durante a investigação, foram sendo descartadas”, explicou o secretário.

Em 11 meses de investigação, 70 pessoas foram presas.

Fonte: G1

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